Combater uma praga tropical e urbana com tamanho menor a um centímetro não é nada fácil, como é o caso do mosquito Culex quinquefasciatus, o popularmente conhecido “pernilongo”. Combater suas larvas, que medem aproximadamente três milímetros e proliferam com extrema rapidez, principalmente durante o tempo seco, é ainda mais difícil.

No entanto, a Prefeitura de Presidente Venceslau, através do Núcleo de Controle de Endemias (NCE), órgão ligado à Vigilância Sanitária da Divisão de Saúde, tem intensificado as ações de tratamento químico com a aplicação de larvicida nos principais focos de criadouros do mosquito existentes no município, os quais são formados em sua maioria pelos córregos que cortam o perímetro urbano.

Nesta sexta-feira, uma equipe de agentes do NCE esteve no Córrego do Barro Preto, que passa pelas imediações da Vila Luiza, realizando mais uma etapa de aplicação do preparado químico desenvolvido para erradicar as larvas dos mosquitos. As ações no local estão sendo feitas a cada três dias, devido a grande incidência dos insetos que vem causando transtornos para a população do bairro.

A cada aplicação, o NCE despeja cerca de 60 litros de larvicida. Apesar da quantidade, o preparado não agride a fauna aquática e a vegetação que margeia os córregos. “O tratamento químico age diretamente nas larvas do mosquito Culex, promovendo o extermínio imediato”, explica Rosimeire dos Santos Melo, encarregada de equipe do NCE.

Rosimeire informa que o município conta com 13 pontos catalogados que são focos de criadouros de mosquito. A cada oito dias, as equipes de controle de endemias visitam os locais e fazem a aplicação do composto químico. “Entretanto, o trabalho na Vila Luiza está sendo feito com maior frequência devido a incidência do mosquito e o ambiente propício para sua proliferação”, diz Rosimeire Melo, citando ainda que até mesmo os locais de difícil acesso recebem a aplicação de larvicida.

Diferentemente do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, que deposita seus ovos apenas em ambientes com água parada e limpa, o mosquito Culex tem como preferência água com muita matéria orgânica em decomposição e detritos, apresentando aspecto sujo e mau cheiro, muitas vezes em fermentação, poluída e turva, sempre próximo às habitações humanas, como é o caso verificado no Córrego do Barro Preto.

“Fazemos um trabalho de prevenção. E esse trabalho conta diretamente com a participação da população. Pedimos para que evitem jogar lixo diretamente nos córregos e nas proximidades para que não se crie um ambiente para reprodução do mosquito”, orienta Rosimeire Melo.

Mosquito Culex

Os mosquitos nutrem-se de seiva de plantas e somente a fêmea pica por necessitar de sangue para a maturação de seus ovos. A presença de água é fundamental para a existência do mosquito porque é o meio pelo qual ele se utiliza para completar o seu ciclo evolutivo. Outro fator decisivo é a temperatura, que ao redor de 25ºC, corresponde ao desenvolvimento mais rápido e ao maior número de descendentes. Portanto a população tende a aumentar nas épocas de primavera e verão.

As fêmeas do gênero Culex colocam seus ovos em águas sujas, aclodindo após 48h. A duração do ciclo larval é regulada pela temperatura e disponibilidade de alimento e varia de 7 a 11 dias. Os adultos vivem cerca de 30 dias e possui um raio de atuação de até quatro quilômetros. As fêmeas de Culex picam à noite.

(Com Assessoria de Imprensa)