Ontem (6), foi comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, que completou 10 anos de existência. Desde a sua criação, tem por objetivo identificar doenças complexas e passíveis de tratamento como anemia falciforme, hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e também a fibrose cística.

A enfermeira Sônia Almeida Antonioli, diretora de ambulatório da Secretaria da Saúde de Dracena informou que o teste do pezinho é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Ela explicou que o sangue é colhido em papel filtro, em três amostras, que são encaminhadas para Bauru.

Os resultados chegam após 30 dias, mas caso seja identificado algum problema, a Secretaria de Saúde é comunicada imediatamente. Em 2010, foram 510 testes do pezinho realizados em Dracena; neste ano, já são 280. Entre as anomalias detectadas, a maioria é de anemia falciforme.

O teste do pezinho é gratuito e integra o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). Sônia faz um alerta aos pais para que não deixem de levar os filhos para fazer o teste, pois quanto mais cedo identificadas as doenças, mais eficaz é o tratamento. Em Dracena, os profissionais da Bebê Clínica, localizada no Centro de Saúde Dr. Takashi Enokibara têm orientado muitas mães sobre a importância do teste do pezinho.

A SBEM-SP (Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) é favorável à inclusão de novas doenças no teste, em especial, da hiperplasia adrenal congênita, moléstia que faz parte apenas da triagem neonatal da rede privada.

A hiperplasia causa a diminuição da produção de um hormônio essencial à vida, o cortisol ou cortisona, naturalmente produzido pelas glândulas adrenais. Os recém-nascidos com esta doença apresentam uma grave desidratação nas primeiras semanas de vida e sem tratamento específico a maioria deles evolui para choque e óbito.

Para os que sobrevivem à crise, é frequente a ocorrência de déficits intelectuais, alterações neurológicas e, em casos extremos, até a paralisia cerebral. Junto com a falta da produção de cortisona, existe um desequilíbrio na produção de testosterona, o que resulta em malformações da genitália externa em recém-nascidos do sexo feminino.
Esta malformação, que é passível de cirurgia corretiva e de vida normal, pode causar erros de identificação de sexo civil ao nascimento, cujo trauma psicológico para as pacientes e familiares é imensurável.