Por conta da incidência de escorpiões detectada nos últimos dois meses em Presidente Prudente – período em que o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) contabilizou cerca de 200 notificações -, a Secretaria Municipal de Saúde anuncia que já está fazendo a aquisição, por meio de licitação, de veneno para controle da praga.

Num primeiro momento, 22 litros de um produto que alia eficácia à tecnologia estão sendo adquiridos para controle imediato do bicho peçonhento e venenoso em locais de risco.

De acordo com o diretor do CCZ, o médico veterinário Célio Nereu Soares, parece pouco, mas ao ser diluído em água, o produto microencapsulado rende até 2.600 litros de veneno para ser utilizado na cidade. É que cada 75 mililitros (ml) do líquido de coloração branca rendem até 10 litros.

A medida foi autorizada pelo secretário municipal de Saúde, Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, em razão da quantidade significativa de aparições do animal invertebrado artrópode (com patas formadas por vários segmentos) em imóveis prediais e territoriais do município. “Somente neste início de ano tivemos aproximadamente 200 notificações. É muito se analisarmos a quantidade de 500 notificações que registramos em todo o ano passado”, ressalta Soares.

O médico veterinário ressalta que como não é possível eliminar totalmente os escorpiões de seu habitat natural, a ideia do poder público municipal é pelo menos garantir a prevenção e controle da praga.“Fizemos pesquisas e consultas e descobrimos que no mercado existe esse veneno que é microencapsulado, ou seja, não exala cheiro e por isso o escorpião não o pressente no ambiente. É esse fator que o torna eficaz e o diferencia de inseticidas, por exemplo. Quando o bicho se movimenta sobre a superfície onde é jogado o veneno, podendo este ter efeito de até seis meses no ambiente, ele acaba tocando essas microcápsulas que são imperceptíveis a olho nu. Por sua vez, elas se arrebentam liberando o veneno que atua diretamente no escorpião”, explica ele.

De acordo o diretor do CCZ, o produto será lançado apenas em pontos estratégicos, como terrenos baldios, bocas-de-lobo, locais onde há depósitos de materiais de construção e de recicláveis, dentre outros considerados situações de risco. “O principal objetivo é fazer o controle dessa praga, de modo a evitar acidentes como picadas em humanos”, frisa. Por fim, Soares encerra acrescentando que o produto deve começar a ser utilizado no município ainda neste mês. “Só estamos esperando chegar para iniciar tão logo esse trabalho de prevenção”, conclui.