O Ministério da Saúde inicia hoje (26) um estudo para mapear a saúde de 75 mil adolescentes brasileiros. Além de perguntas sobre hábitos alimentares, atividades físicas, sedentarismo e tabagismo, o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) realizará uma bateria de exames em alunos de 12 a 17 anos, como verificação arterial, medidas e exame de sangue.
O projeto é coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem a participação de mais 29 instituições, entre institutos de pesquisa, universidades e hospitais do Brasil. O estudo pretende descobrir como as próximas gerações podem estar mais suscetíveis a problemas cardiovasculares, de obesidade e de diabetes. A previsão é que a pesquisa esteja concluída até o final de 2013.
A coordenadora executiva do estudo e pesquisadora da UFRJ, Katia Bloch, explicou que, com base nesses dados, será possível subsidiar decisões políticas de forte intervenção para prevenir as doenças cardiovasculares, além de dar suporte para políticas públicas nacionais na área da saúde pública.
“Nossas políticas e estudos usam como referências de peso, altura e pressão arterial padrões internacionais, que não consideram as especificidades da população brasileira. Com esses dados teremos um perfil mais fiel de várias características dos nossos adolescentes. Um panorama detalhado da alimentação, dos hábitos e do estado de saúde dessa população que poderá orientar políticas voltadas para a merenda escolar, por exemplo, o ensino de hábitos alimentares nas escolas até estratégias de estímulo à prática de exercícios físicos”, destacou a pesquisadora.
Na primeira etapa, serão visitadas escolas de cinco cidades do país: Rio de Janeiro (RJ), Feira de Santana (BA), Cuiabá (MT), Campinas e Botucatu (SP). A Escola Municipal Alencastro Guimarães, em Copacabana, zona Sul do Rio de Janeiro será a primeira a receber uma equipe de pesquisadores, na tarde de hoje. Serão analisadas três turmas em cada colégio, do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
Após a primeira etapa, que servirá como um estudo piloto, os pesquisadores vão avaliar a metodologia do estudo e a partir do segundo semestre a pesquisa será estendida para cerca de 1.250 escolas de 130 municípios, incluindo todas as capitais do país.