Na tarde de ontem (26), a Vigilância Epidemiológica confirmou a situação que o município se encontra em relação à dengue. Até o momento foram registrados 21 casos da doença, sendo 13 casos autóctones (adquiridos na cidade) e oito importados. Os bairros com maiores incidências são o Jardim das Palmeiras, Jussara e o centro da cidade.

Segundo informações da profissional de IEC da Vigilância Epidemiológica, Marisa Alves, a cada semana chega a confirmação de um novo caso, sendo que cerca de 20 exames de pessoas com suspeita da doença aguardam resultados no Instituto Adolpho Lutz, em Presidente Prudente.

No início desta semana, o Ministério da Saúde divulgou balanço que informa que o número de casos de dengue no início deste ano quase triplicou em relação ao mesmo período de 2012. Foram registrados até o dia 16 de fevereiro, 204.650 mil casos, contra 70.489 notificados em 2012, o que representa um aumento de 190%. Trinta e três pessoas morreram no Brasil, em decorrência da doença até agora, contra 41 no ano passado.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jardas Barbosa informou que a principal causa do aumento de casos se deve a circulação do vírus tipo 4. A presença do novo subtipo aumenta o risco de infecção, já que a maioria dos brasileiros não desenvolveu imunidade contra ele.

Em Dracena, Marisa Alves confirma que a VE recebeu este mês, a notificação de uma paciente com esse vírus. “A mulher esteve passeando em Ribeirão Preto e contraiu a doença naquela cidade. Após retornar para Dracena, procurou o Pronto Atendimento e fez o exame de isolamento viral que demora a sair o resultado de 40 a 50 dias. Por isso, a divulgação deste resultado é recente”, afirma.

A diferença do tipo 4 é que ele circula em quem já foi infectado pelos outros tipos, então pode ser a segunda, terceira ou quarta vez que a pessoa é infectada. E quanto maior o número de vezes doente, maior tende a ser a gravidade. Esta reação exagerada do sistema imunológico é um problema. Pode causar inflamações e, por isso, aumenta o risco de lesões nos vasos sanguíneos, o que levaria à dengue hemorrágica. Um terceiro episódio poderia ser ainda mais grave, e um quarto seria mais perigoso que o terceiro.

Com a estação das chuvas, falta de imunidade da população e falta de limpeza nos quintais, o risco de contrair a doença aumenta nessa época do ano. Por isso, cuidados básicos como estar sempre limpando o quintal, calhas, evitar laje descoberta, caixa d’ água, pratos de planta e objetos inservíveis como latas, potes e plásticos devem ser sempre verificados para evitar o acúmulo de água.

No caso importado registrado, nove quarteirões próximos à residência do paciente infectado têm os trabalhos intensificados pelos agentes com o bloqueio para verificação dos possíveis lugares de criadores do mosquito da dengue e da utilização de veneno para erradicar o mosquito. No caso autóctone é feito o bloqueio em 25 quarteirões próximos à residência do paciente.

O alerta para a prevenção contra a dengue, se justifica principalmente no período de chuvas, pois a procriação do Aedes aegypti é muito rápida. Mensalmente, o agente de saúde passa nas residências fazendo orientações a população.

ESTRATÉGIA – Para tentar diminuir o número de casos de dengue, a Vigilância Epidemiológica preparou panfletos explicativos que serão distribuídos nas escolas municipais, estaduais e particulares da cidade. Marisa Alves pontua que a intenção é que os professores expliquem aos alunos os cuidados que devem ser tomados em casa. “Esperamos que as escolas possam aderir essa ideia e informe aos alunos”, acrescenta.

ANO DE 2012 – Somente no ano passado em Dracena, foram registrados 19 casos autóctones (adquiridos na cidade) e seis importados. Os números diminuíram significativamente em comparação com 2011 quando foram registrados 140 casos autóctones e nove importados.