Ministros da Saúde de 21 países da União Europeia se reuniram hoje (15) em Bruxelas, na Bélgica, para discutir medidas coordenadas de contenção do vírus ebola. Um dos temas discutidos foi a adoção de um controle mais rigoroso, em aeroportos europeus, de passageiros vindos de Serra Leoa, Guiné e Libéria. Cada país terá liberdade para decidir se adota os procedimentos.
De acordo com o comissário Europeu da Saúde, Tonio Borg, ficou acertado que a União Europeia vai conduzir uma revisão imediata do processo de checagem de passageiros na saída dos países africanos afetados pelo ebola. “A Comissão Europeia realizará imediatamente uma auditoria nos sistemas em funcionamento nesses aeroportos, para verificar se são eficazes e reforçá-los, se necessário”, disse ele, em entrevista, ao final da reunião.
O Reino Unido foi o primeiro a implantar a checagem, que além da medição de temperatura inclui a coleta de informações, por meio de formulário. Desde terça-feira (14), a medida está sendo aplicada no Aeroporto de Heatrow e até o fim da semana será estendida ao Aeroporto de Gatwick, além da linha de trem Eurostar, que faz transporte internacional de pessoas.
A França anunciou hoje que começará a controlar, a partir de sábado (18), passageiros que chegarem da Guiné, de onde partem voos diretos para o Aeroporto Charles de Gaulle. A ministra da Saúde do país, Marisol Touraine, explicou que equipes médicas checarão a temperatura dos passageiros, que também serão convidados a fornecer informações por meio do preenchimento de formulários.
A adoção de medidas de controle nos aeroportos pode gerar uma falsa sensação de segurança, alertam especialistas da área de saúde. Pacientes infectados pelo vírus ebola podem permanecer durante todo o período de incubação, de até 21 dias, sem apresentar qualquer sintoma da doença.
Ministros presentes no encontro em Bruxelas divergiram em relação à adoção da medida nos aeroportos europeus. O representante da Finlândia, Ulla-Maija Rajakangas, disse que o país não apoia a adoção de controle rigoroso em toda a Europa, mas apenas nos países que recebem vôos diretos da África Ocidental.
Já a ministra da Saúde da Itália, Beatrice Lorenzin, defende que os passageiros sejam analisados na saída do país africano, na entrada em território europeu e, em caso de conexão, no país de destino. “Aí sim teremos um alto nível de controle”, disse ela.