O olho vermelho é maior causa de consultas oftalmológicas no verão. Está relacionado na maioria dos casos à conjuntivite, inflamação da conjuntiva, mas também pode indicar herpes.
O oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, chama a atenção dos pais para o herpes porque a doença geralmente surge em crianças a partir dos 5 anos de idade e pode cegar se não tiver tratamento adequado. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) no mundo todo mais da metade das pessoas já entraram em contato com o HSV, vírus do herpes simples que ataca os olhos e os lábios. O especialista explica que a recorrência do herpes ocular é mais comum no verão porque a exposição excessiva ao sol é um dos fatores de risco para a manifestação do HSV.
O problema, ressalta, é que os pais podem confundir o herpes com conjuntivite porque as duas doenças têm vários sintomas em comum – olhos vermelhos, lacrimejamento, dor ocular, inchaço, aversão à luz e sensação de corpo estranho. A diferença é que o vírus do herpes pode atacar a córnea e causar inflamações recorrentes que levam à perda progressiva de suas células, diminuindo a visão.
Perduração por herpes é contida com cola
O tratamento exige acompanhamento médico e prescrição de medicamentos antivirais que funcionam bem para a maioria das pessoas.
Colocar colírio no olho sem prescrição pode ser fatal, mas a automedicação é comum no Brasil. Um estudo conduzido por Queiroz Neto mostra que 4 em cada 10 pessoas já chegam à consulta usando colírio por conta própria.
Este foi o caso de uma paciente que pingou um colírio de corticosteróide durante uma crise de herpes e teve perfuração ocular. Queiroz Neto conta que a visão só não foi perdida porque submeteu a paciente a uma cirurgia de emergência em que colou a córnea com cianoacrilato, super bonder, para interromper o vazamento do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular.
Dieta previne crises de herpes
O oftalmologista afirma que incluir na dieta carne, peixe, leite, ovos e queijos que são ricos em lisina aumentam a resistência do portador ao vírus do herpes e evita as inflamações reincidentes.
Por outro lado, o consumo exagerado de chocolate, amendoim, passas, gelatina, cereais e passas estimulam a replicação do vírus porque contêm arginina, ressalta.
Outras dicas do médico para prevenir as crises herpéticas são: evitar a exposição excessiva ao sol, ter um bom acompanhamento da saúde odontológica, evitar traumas, situações de estresse físico e emocional.
Conjuntivite é mais frequente no verão
Queiroz Neto afirma que o calor do verão facilita a proliferação de bactérias, Resultado – Crescem os casos de conjuntivite bacteriana que têm a secreção purulenta como sintoma diferenciado dos outros tipos de inflamação da conjuntiva.
As aglomerações em shoppings, restaurantes e até nos ambientes fechados de trabalho são destacadas pelo médico como favoráveis à disseminação da conjuntivite viral que é caracterizada por secreção aquosa.
O especialista ressalta que tanto a conjuntivite bacteriana como a viral são altamente contagiosas, ao contrário da alérgica ou tóxica que é causada pelo contato com cosméticos e maquiagem.

As principais dicas para evitar a conjuntivite no verão são:

Lave as mãos com frequência
Evite coçar os olhos
No primeiro desconforto aplique 2 vezes ao dia compressa fria para secreção aquosa ou viscosa e quente se for purulenta
Em caso de conjuntivite tóxica ou alérgica aplique compressa de água gelada para diminuir o desconforto e coceira.
Evite maquiagem caso sinta desconforto nos olhos
Não compartilhe maquiagem, colírio, fronhas, toalhas e equipamentos eletrônicos.
Em caso de compartilhamento de equipamentos, higienize com álcool concentrado a 70% antes de voltar a usar;
Atenção com alças de carrinhos de supermercados, corrimãos de escadas e interruptores. Podem transmitir conjuntivite. Lave as mão após  tocá-los.
Interrompa o uso de lente de contato.
Lave seus óculos de grau várias vezes ao dia.