Em alusão ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais celebrado ontem, 28, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lançou um censo inédito que tem como objetivo mapear o real número de pessoas com hepatite C no Estado e, com isso, ampliar e fortalecer as políticas de prevenção e tratamento da doença.
Os portadores de hepatite C de todo o Estado deverão preencher um cadastro online, disponível no site da Secretaria – www.saude.sp.gov.br. As informações pessoais serão mantidas em sigilo e utilizadas especificamente para esse levantamento.
Em Dracena, segundo o secretário municipal de Saúde, Nelson Bortolatto, há poucos casos de pacientes em tratamento pela rede pública.
O munícipe interessado em fazer o teste de hepatite B, C, sífilis e HIV pode procurar o centro de saúde e passar por consulta médica para solicitar o exame. Caso seja comprovada a doença, o paciente receberá acompanhamento médico e medicação gratuita, oferecida pelo governo.
Desde 2000, foram notificados 68.297 casos em São Paulo, número que representa apenas 0,1% da população paulista segundo o IBGE. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 3% da população mundial esteja infectada com o vírus da hepatite C.
“Embora as hepatites virais sejam doenças de notificação compulsória no Brasil desde 1996, a Secretaria de Estado da Saúde acredita que os casos notificados estejam aquém do número real de pessoas infectadas pelo vírus. Por isso, é necessário conhecer o real número de portadores de hepatite C no Estado para definir políticas públicas que assegurem um trabalho de qualidade em três frentes essenciais: prevenção, controle e tratamento”, afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.
O diagnóstico precoce da hepatite C pode prevenir problemas de saúde que podem resultar de infecção e evitar a transmissão do vírus, que ocorre apenas pelo contato com o sangue contaminado.
A testagem para detecção da infecção pelo vírus da hepatite C é ofertada pelo SUS (Sistema Única de Saúde) por meio da rede básica de saúde e/ou serviços referenciados, além de ser disponibilizada em campanhas especiais da Secretaria de Estado da Saúde, voltadas à abordagem dos grupos de risco, como usuários de drogas injetáveis, filhos de mães infectadas, parceiros de portadores do vírus e pessoas com tatuagens ou piercings, por exemplo.
O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira, a inclusão de um novo tratamento contra hepatite C pelo SUS, que inclui as drogas daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir. A nova opção, que estará disponível até dezembro, vai beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos disponíveis até então, entre eles aqueles que também têm HIV ou que não responderam bem às drogas convencionais.
O vírus da hepatite C pode provocar infecções agudas ou crônicas. Em geral, a doença é assintomática e raramente causa riscos, como ocorre nas infecções agudas. No entanto, casos crônicos podem resultar em graves danos ao fígado. (Com informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo)