Tontura, calafrio, visão escura e borrada de repente são sintomas preliminares que a pessoa geralmente sente antes de desmaiar. O Posto do Corpo de Bombeiros local atende quase que diariamente moradores da cidade e região que apresentam esses sintomas.
Classificados pelos Bombeiros como mal súbito, o número de casos analisados nos meses de maio, junho e julho é alto neste ano. Somente nos meses citados foram 217 notificações, contra 197 em comparação com o mesmo período de 2014, ou seja, um aumento de 10,15%.
Neste ano, junho foi o mês que mais houve registro, com 89 casos de mal súbito. Os dados foram repassados com exclusividade ao Jornal Regional pelo 14º Grupamento de Bombeiros.
Tempo seco e temperatura baixa são combinações típicas nesse período do inverno que acabam favorecendo o aparecimento de doenças respiratórias como gripe, resfriado, sinusite, bronquite e até mesmo a pneumonia. Os mais prejudicados são as crianças e idosos, por terem uma defesa imunológica mais frágil.
Segundo dados dos bombeiros, o número de ocorrências de emergência respiratória de maio, junho e julho deste ano foi bem maior em comparação com o mesmo período deste ano.
Em maio, foram 21 ocorrências deste tipo de caso e, 12 em junho e julho. Já em 2014, o número foi de 5 em maio e julho e 15 em junho.
Ao sentir dor no peito, falta de ar, suor, palpitações, tontura e desmaio é importante ficar atento, porque pode ser uma parada cardiorrespiratória, muito comum neste período do ano.
Em maio, junho e julho de 2014 foram registrados pelos bombeiros, 2, 4 e 3 casos respectivamente. Este ano, foram 8, 2 e 2 em cada mês analisado.
As crises convulsivas também tiveram um leve aumento. No passado foram 22 casos registrados nos meses analisados. Este ano, dados mostram 26 ocorrências.
Dores no peito que surgem repentinamente, perda de consciência, desmaio e crises de convulsão são considerados pelos bombeiros como casos clínicos. Por isso, ao sentir alguns desses sintomas, a orientação é que a pessoa ligue para os bombeiros no 193 imediatamente.
OPINIÃO MÉDICA – Segundo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), o inverno aumenta de 20% a 25% a incidência de doenças cardiovasculares. Os riscos crescem especialmente para pessoas que já apresentam alguma predisposição e para aquelas que sofrem de problemas do coração.
O médico cardiologista, Roberto Cury, do Delboni Medicina Diagnóstica, explica que isso ocorre porque as reações do organismo em baixas temperaturas (hipotermia) sobrecarregam o sistema cardiovascular, que precisa trabalhar mais no frio para manter o equilíbrio térmico. Essas reações incluem constrição (espasmos) dos vasos sanguíneos, respiração superficial pela boca e aumento da frequência cardíaca. “Com o frio, ocorre alteração no calibre dos vasos, principalmente das artérias, fazendo o sangue circular menos até o coração. Isso pode causar desde isquemia no coração (falta de circulação nas artérias coronárias) até angina (um tipo de dor no peito)”, diz o especialista.
O cardiologista alerta que, para os idosos, os perigos são ainda maiores. O frio pode agravar os sintomas da angina de peito, aumentar a tensão arterial e o risco de o idoso ter um acidente cardiovascular.
Dr. Cury lembra que, no período do inverno, o organismo está mais suscetível às doenças virais, que podem promover uma demanda maior de esforço do organismo, causando desequilíbrio do músculo cardíaco, promovendo quadros de insuficiência cardíaca em que o principal sintoma é a falta de ar durante os esforços.
“As pessoas devem cuidar dos hábitos alimentares no inverno, que se alteram nessa época, e devem praticar exercícios físicos mesmo com baixas temperaturas”, ressalta o médico. Geralmente, as pessoas optam por alimentos mais pesados no inverno, ricos em gordura, e diminuem a frequência das atividades físicas. “Essa combinação pode ocasionar descontrole dos fatores de risco para doenças cardíacas”, finaliza. (Com informações da Assessoria de Imprensa da empresa Delboni Medicina Diagnóstica)