O primeiro exame para diagnóstico etiológico do caso classificado como suspeito de infecção pelo vírus Ebola teve resultado negativo. O material coletado foi analisado pelo laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. No entanto, de acordo com os protocolos internacionais, a confirmação do diagnóstico só poderá ocorrer após a realização de um segundo exame. A coleta da nova amostra de sangue será realizada e o novo resultado deverá sair no sábado (14/11). Segundo o protocolo adotado pelo Ministério da Saúde, é considerado suspeito todo caso onde a pessoa tenha passado por área afetada pelo Ebola e que apresente quadro febril até 21 dias após deixar a área, período considerado como limite máximo para o período de incubação da doença.
Enquanto isso, o paciente continua internado, em bom estado geral e em isolamento no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Segundo boletim médico, o paciente apresentou resultado positivo para teste de malária e segue sendo tratamento para a doença, que é muito frequente no continente africano. Até a confirmação final do resultado, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente seguem sendo monitoradas. Caso o segundo exame apresente resultado negativo, o paciente será retirado do isolamento e os 95 contactantes deixam de ser monitorados. Desses contactantes, 59 são pacientes da UPA, 31 profissionais de saúde e 5 pessoas que moravam no endereço indicado.
O paciente é um brasileiro de 46 anos que esteve na Guiné (África), e retornou ao Brasil no dia 6 de novembro. No dia 8, ele começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça. Imediatamente após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de ebola. A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte comunicou a Secretaria Estadual de saúde e ao Ministério da Saúde. Ainda na madrugada desta quarta-feira (11), o Ministério da Saúde comunicou a Organização Pan-Americana de Saúde em Washington e a Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil.
Nesta quarta-feira (11), ele foi transportado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ), referência nacional para casos de Ebola, seguindo protocolo de segurança. A transferência foi feita por avião da Força Aérea Brasileira, com uma equipe do SAMU DF composta por três profissionais (dois médicos e um enfermeiro), e em seguida em ambulância do SAMU do Rio de Janeiro, equipada de acordo com os protocolos para atender casos suspeitos de Ebola.
O Ebola é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de letalidade de aproximadamente 50%. O Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão. A origem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeiros prováveis do vírus Ebola.
A pessoa infectada só transmite o vírus quando apresenta os sintomas. O Ebola só é transmitido através do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes.
Para preservar a privacidade do paciente e direitos legais, as autoridades sanitárias reforçam que o nome do paciente deve ser preservado e não deve ser divulgado pela imprensa e demais mídias.