Um menino nasceu com microcefalia na tarde dessa sexta-feira, 4, na Santa Casa de Olímpia (SP). A mãe dele, de 20 anos, veio de da cidade de Ribeirão, que fica 80 quilômetros de Recife (PE), há cerca de cinco meses, grávida, e ainda não há confirmação se há ligação com o zika vírus, informou o hospital.
De acordo com o diretor clínico da Santa Casa de Olímpia, Nilton Roberto Martines, o tamanho do cérebro da criança é muito pequeno e bastante desproporcional. Ele afirma que ainda aguarda as recomendações da Secretaria da Saúde para saber quais protocolos deve seguir, em relação ao caso. “É a primeira vez que temos um caso deste aqui e ainda não sabemos ao certo como agir. A mãe e a criança estão bem”. Martines diz que como ela contraiu a doença em outro estado não há porque a população se alarmar. “Como a mãe veio de Pernambuco, onde há uma epidemia de zika, é muito provável que tenha alguma ligação, mas ainda não temos esta certeza”, diz.
A Prefeitura de Olímpia, por meio da Secretaria de Saúde, informa que o caso de microcefalia registrado na cidade está sendo monitorado pela Vigilância Epidemiológica. De acordo com a pasta, o bebê será submetido, amanhã, 7, ao exame sorológico, que será enviado ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para isolamento viral.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informa que, no início deste ano, foram confirmados apenas dois casos autóctones (com transmissão local) do vírus zika no Estado de São Paulo, especificamente nos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) de Campinas e São José do Rio Preto, porém os pacientes já foram curados e o vírus não circula dentro do Estado.
Anualmente, segundo a Secretaria, o Estado registra cerca de 40 casos de microcefalia, sem relação com o vírus zika. “Não há surto de microcefalia em São Paulo, no momento. Havendo qualquer suspeita ou aumento inesperado de casos, a Secretaria irá notificar imediatamente o Ministério da Saúde e comunicar a população”, informa a nota.
O Ministério da Saúde informa que casos suspeitos de microcefalia devem ser notificados no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Além disso, o Ministério da Saúde diz que enviou às secretarias estaduais e municipais orientação para que seja feito o registro em uma ficha específica, adotada de maneira excepcional, que traz mais detalhes dos casos que serão investigados.
O Ministério da Saúde divulgará em breve a atualização das orientações sobre vigilância e manejo clínico. Também, neste momento, uma equipe técnica do ministério trabalha na elaboração de um plano de ação nacional, que deve ser lançado nos próximos dias.