A primeira reação em caso de diarreia frequente é pensar que comeu alguma coisa que fez mal, ou então uma “virose”. Entretanto, diarreia frequente pode ser sinal de uma doença inflamatória intestinal, que é grave se não diagnosticada e tratada adequadamente. As doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa e doença de Crohn) formam um grupo de doenças inflamatórias crônicas (DII), ainda de causa desconhecida, que envolvem o aparelho digestivo e afetam homens e mulheres indistintamente. O diagnóstico acontece geralmente por volta dos 30 anos de idade – impactando negativamente a força de trabalho e a vida familiar e social do paciente. Apesar da origem desconhecida, sabe-se que pode haver predisposição genética e que o meio ambiente exerce papel importante em seu desencadeamento.
“Para um bom controle da doença e resguardar a qualidade de vida dos pacientes, é fundamental que, na presença de sinais e sintomas da doença, o paciente procure um médico, para o diagnóstico. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o controle da doença”, afirma o especialista dr. Cassio Edvan Paulino da Silva, coloproctologista e membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Dr. Cassio Silva alerta para os sintomas de retocolite ulcerativa e doença de Crohn: “A retocolite ulcerativa caracteriza-se por inflamação e úlceras no revestimento do cólon ou intestino grosso. Em média, as pessoas são diagnosticadas com retocolite ulcerativa por volta dos 35 anos, apesar da doença ocorrer em qualquer idade. Os sintomas incluem dor abdominal, hemorragia retal, diarreia, urgência para evacuar e aumento na frequência e dos movimentos intestinais. Esses sintomas tendem a aparecer e desaparecer, o que pode atrasar o diagnóstico correto, e afetam o nível nutricional do paciente, pois a inflamação consome alguns nutrientes e há também a perda fecal de sangue, fluidos eletrólitos em decorrência da hemorragia e das diarreias. Estima-se que 25% dos pacientes poderão ser submetidos a uma cirurgia em algum momento do curso de sua doença. Já a doença de Crohn envolve todo o intestino, sendo que em 30% dos pacientes, o intestino fino (íleo) é a região mais afetada e, em 40% dos pacientes, a região ileocecal”.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – O diagnóstico é feito com base no histórico clínico dos pacientes, exames de sangue e de imagem. O tratamento inclui alteração de hábitos, como parar de fumar e adoção de uma dieta saudável e medicamentos para controle da doença, incluindo biológicos. A doença não tem cura, mas pode ser controlada.
Para mais informações, acesse www.fbg.org.br ou www.gediib.org.br