Após a morte de um bebê de oito meses por leishmaniose visceral, que morava em Panorama, e estava internado no Hospital Regional em Presidente Prudente, no último dia 13, o assunto leishmaniose, sintomas e formas de prevenção veio à tona novamente.
Em Dracena, até o momento, já foram confirmados dois casos de leishmaniose visceral em humanos – uma criança de um ano, no Jardim Brasilândia, em janeiro, e uma mulher de 39 anos, moradora da área central, em fevereiro – ambos se recuperaram e não houve registro de óbitos.
No ano passado foram registrados cinco casos de leishmaniose visceral, também não houve registro de óbitos na cidade. As informações são da subchefe de informação, educação e comunicação da Vigilância Epidemiológica (VE), Aline Andrade, que explicou que na época foram realizados o manejo ambiental nas residências e no entorno (nove quadras), em ambos os locais, com a disponibilização de caçambas para os moradores que precisam limpar os quintais, retirando materiais orgânicos que se decompõem e onde o mosquito palha, transmissor da leishmaniose deposita os ovos. Também foi realizada a borrifação de veneno.
Andrade ressaltou que o trabalho de prevenção é realizado no dia a dia, com as visitas das agentes e orientação aos moradores, distribuição de folhetos em escolas, supermercados e postos de saúde. Tradicionalmente, em todo o Estado de São Paulo, a semana de mobilização é realizada em agosto.

SAIBA
Como se dá a doença
A leishmaniose é uma doença grave, causada por um parasita e transmitida através da picada do mosquito-palha, que atinge os cães e os humanos. O inseto deposita seus ovos em matéria orgânica em decomposição, como folhas, frutos e fezes de animais.
A forma assintomática é a mais frequente, que é quando o animal não apresenta nenhuma manifestação clínica da doença, somente diagnosticada com a realização de inquéritos sorológicos.
Nos cães, os sintomas são: emagrecimento, fraqueza, queda de pêlos, vômito, febre, crescimento das unhas e feridas no focinho, nas orelhas e patas.
Já nas pessoas, os sintomas são febre prolongada, tosse seca, emagrecimento, crescimento de fígado e baço, fraqueza, diarreia e, em casos graves, sangramento na boca e no intestino.

 

PREVENÇÃO
A importância de limpar os ambientes
Mantenha sua casa e seu quintal sempre limpos; se houver galinheiro, chiqueiro ou canil mantenha-os sempre limpos e secos; recolha as folhas de árvores, fezes de animais e restos de madeira, porque estes materiais acumulam umidade e favorecem a criação do mosquito-palha; embale o lixo corretamente e não deixe juntar lixo nos terrenos baldios perto de sua casa.

 

Leishmaniose em cães
Em Dracena, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza o inquérito canino para diagnosticar leishmaniose em cães conforme o que está previsto pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL). De acordo com o chefe e médico veterinário do CCZ, Caio César Witter Levorato Rampim, de janeiro até o último dia 23, foram coletadas 490 amostras de sangue para análise. Destas, 115 amostras deram resultado positivo para leishmaniose, sendo que 44 cães foram eutanasiados, o restante são casos de contraprova ou tratamento. No mesmo período, no ano passado, foram coletadas 151 amostras de sangue, destas 112 deram resultado positivo. Os bairros com mais incidência da doença em cães são Tonico André, Santa Clara, São Francisco e Jardim Brasilândia.