Uma pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério de Saúde constatou que o Brasil está em 20º lugar no ranking nacional de países com maior número de casos de tuberculose. No Estado de São Paulo, a incidência da doença diminuiu 23%, em quase duas décadas, tendo em vista que em 2016 foram 38 casos por 100 mil habitantes, contra 49,3 casos a cada 100 mil habitantes em 1998. Já em Presidente Prudente o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo registrou 11 atendimentos realizados durante o período de janeiro a julho de 2017, sendo que no ano anterior foram 10 ao todo.

A realidade apresentada nas pesquisas também é notada pelo médico pneumologista Paulo Roberto Mazaro, que aponta a tuberculose como uma doença frequente em lugares que possuem condições socioecológicas precárias, com falta de ventilação e higiene, e em pessoas que não se alimentam de forma correta, tendo em vista que isso diminui a resistência e facilita a infecção.

 

Sintomas e tratamento

A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo Bacilo de Koch, uma bactéria que afeta, principalmente, os pulmões e pode levar ao óbito. Entre os principais sintomas estão a tosse persistente por mais de quatro semanas com secreção sanguinolento ou amarelado, febre, emagrecimento, cansaço e falta de ar, segundo Paulo Roberto Mazaro.

Caso seja notado algum desses indícios, o profissional recomenda que a pessoa compareça ao posto mais próximo para realizar o exame do escarro. Em casos positivos, o tratamento é feito com o uso de antibióticos e possui duração mínima de seis meses, sendo que, se seguido corretamente, o índice de cura é de 90%. “O problema é que o paciente começa a se sentir bem nos dois primeiros meses e abandona o tratamento, isso é um problema sério. É preciso seguir o tempo determinado pelo médico”, completa.

Um ponto destacado pelo pneumologista é de que após 15 dias, desde o início do tratamento, o paciente não transmite mais a doença. A transmissão ocorre por meio da tosse, fala e espirro, pois são quando acontece a eliminação das partículas que contém o bacilo, agente causador da doença. “A pessoa que tem tuberculose é descriminada pelos outros, que acreditam que vão contrair a doença até por objetos compartilhados, ainda que lavados, por exemplo”, salienta.

 

Outras causas

A maior incidência da tuberculose ocorre nas pessoas que já possuem doenças que diminuem a resistência e imunidade do corpo, como com HIV e diabete. Nesse sentido, em um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, é apontado que a tuberculose se transformou em principal causa de óbitos de pacientes soropositivos, sabendo-se que, em 2015, cerca de 6,8 mil pessoas com HIV desenvolveram tuberculose.

O estudo mostra ainda que, no ano de 2016 foram registrados 69,5 mil casos novos de tuberculose no Brasil, além de que, no período de 2007 a 2016, o coeficiente de incidência da doença apresentou uma variação média anual de 1,2%, passando de 37,9/100 mil habitantes em 2007, para 33,7/100 mil habitantes em 2016.