O Dia Mundial do Rim foi comemorado quinta-feira, 8, e a Sociedade Brasileira de Nefrologia coordenou várias ações em todo o País, com o objetivo de divulgar as informações relacionadas à prevenção das doenças renais.
Em Dracena, a Santa Casa possui o setor de Hemodiálise que, atualmente, atende 95 pacientes da cidade e da microrregião, que vai de Panorama a Irapuru, (um paciente de Nova Independência e outro de Emilianópolis), com idades entre 14 a 80 anos. Destes, 90% são pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e apenas a minoria possui convênio médico. As informações são do vice-provedor da Santa Casa, Celso Xavier Santin e do médico nefrologista Adolfo Mansano Garcia (CRM-SP 121.865), um dos médicos responsáveis do corpo clínico de nefrologia da Santa Casa, que receberam a equipe do Jornal Regional para a reportagem especial.
O paciente com falência dos rins tem como modalidades de tratamento a diálise peritoneal, diálise sanguínea (hemodiálise) e o transplante renal.A diálise sanguínea (hemodiálise) é feita em hospitais ou clínicas por profissionais sob coordenação do nefrologista e enfermeiro, de modo intermitente, ou seja, três vezes por semana o paciente tem de fazer o procedimento.
Em Dracena, 17 máquinas operam de segunda-feira a sábado, nos três períodos (manhã, tarde e noite) em seis turnos (1° turno: segunda, quarta e sexta-feira – manhã; 2° turno: segunda, quarta e sexta-feira – tarde; 3° turno: segunda, quarta e sexta-feira – noite; 4° turno: terça, quinta-feira e sábado – manhã; 5° turno: terça, quinta-feira e sábado – tarde e 6° turno: terça, quinta-feira e sábado- noite). Param de funcionar apenas durante a madrugada e nos intervalos de preparação para cada turno. A hemodiálise tem duração de três a quatro horas. Os pacientes ficam condicionados ao procedimento e não podem deixar de fazê-lo sob o risco de sérias complicações. Nos casos de viagens, a programação deve ser feita com antecedência uma vez que a central de regulação de diálise é em Presidente Prudente (no caso de Dracena, a referência para transplante é Marília) deve entrar em contato com a central de referência da localidade a ser visitada e desde que haja vaga (máquina disponível) o paciente pode viajar, caso contrário, não pode, a situação inversa também ocorre, os pacientes em tratamento precisam solicitar vaga no setor em Dracena e só podem vir à cidade, se houver vaga.
Enquanto o paciente está conectado à máquina, os movimentos são limitados, portanto muitos pacientes conversam entre si, assistem TV ou leem para passar o tempo. Alguns livros e revistas estão disponibilizados no local (projeto ‘Perca um Livro’, desenvolvido pela Prefeitura). Também são servidas refeições para os pacientes de todos os turnos.
O nefrologista Adolfo Mansano Garcia explicou que a doença renal é diagnosticada com exames de urina e de sangue (para verificar a creatinina). Por isso é importante procurar um médico regularmente e fazer os exames preventivos a fim de diagnóstico precoce. “Os rins têm uma capacidade de reserva de trabalho muito grande, ou seja, a pessoa pode perder a capacidade de trabalho dos rins e não ter sintomas”, esclarece.
Ainda de acordo com o médico, com o envelhecimento da população a incidência das doenças crônicas tende a aumentar o que afeta a saúde dos rins. “Além das doenças próprias (congênitas) dos rins, secundariamente doenças como a diabetes e a pressão alta podem deteriorar mais rapidamente os rins”, revela.
De uma maneira geral é importante controlar a pressão alta e o diabetes, praticar atividades físicas e combater a obesidade.
CORAÇÃO DO SETOR – O setor de tratamento de água que abastece a Hemodiálise é considerado por Santin e Garcia como o coração do processo. “Seguimos normas rigorosas, são quatro bombas funcionando 24 horas e todos os dias são realizados testes, análise da água, prezamos pela qualidade da água para o bom tratamento dos pacientes”, concluíram. Em média, o consumo é de 300 metros cúbicos por mês.
NOVO ESPAÇO – O vice-provedor da Santa Casa, Celso Xavier Santin, explicou que existe um projeto de construção para novo pavimento no terreno ao lado da Santa Casa para o setor de hemodiálise há três anos e que a instituição busca recursos para o empreendimento. O valor orçado é da ordem de R$ 3,5 milhões. Os planos incluem 25 novas máquinas para atender os pacientes. A parte do projeto que contempla o setor de Hemodiálise já foi aprovada pela Vigilância Epidemiológica Estadual, segundo Santin. Ele pontuou que a diretoria em sintonia com o departamento médico notou a necessidade de um novo espaço com 25 máquinas novas para atendimento dos pacientes renais, em razão da demanda reprimida.
PROCEDIMENTO –Na hemodiálise a circulação é extracorpórea (fora do corpo) e o sangue, com ajuda de uma bomba, passa por dentro de um dialisador, membrana artificial, que em contato com a solução de diálise preparo na máquina, promoverá a filtração de sangue.A remoção das substâncias tóxicas e excesso de líquidos saem do sangue, atravessam o dialisador e após purificadores retornam limpo para o paciente.Para fazer hemodiálise é necessária a confecção de uma fístula, chamada de F.A.V. (Fistula Artéria Venosa) que consiste na ligação cirúrgica de uma artéria com uma veia ou catéter. A dilatação da veia permite que agulhas de grande calibre 16 G possam ser inseridas permitindo um fluxo de sangue adequado para a realização da diálise 300ml/minutos.