A moradora da Ladeira dos Guararapes, zona sul do Rio de Janeiro, Ana Lúcia Nunes afirmou, nesta segunda-feira (29), que espera um aumento no número de turistas que visitam seu restaurante, agora que ele tem uma bandeira do Bope (Batalhão de Operações Especiais) hasteada. Ana Lúcia foi a primeira moradora de uma comunidade a auxiliar os homens do Bope a hastearem a bandeira da corporação, juntamente com a do Brasil, após a ocupação das comunidades — Guararapes, Cerro-Corá e a Vila Cândido.

“Vai melhorar muito, porque os turistas vão olhar a bandeira e querer entrar no restaurante. Os turistas vão ter mais segurança a partir de agora”, afirmou a dona do estabelecimento. Para ela, a chegada da UPP vai levar “melhorias e projetos para adolescentes” à favela. “Até então, a comunidade não tinha projetos sociais. Não tinha nada, era totalmente abandonada. Com a chegada da UPP, vai melhorar para todo mundo.”

Ela admite, no entanto, que a Ladeira dos Guararapes é uma localidade tranquila, sem grandes registros de violência. “Foi meio de surpresa para a comunidade. Até então, a comunidade não tinha muitos perigos. Era tranquilo. Mas a gente realmente não esperava”, contou.

A favela do Cerro-Corá, próxima a um dos principais pontos turísticos do Rio, o Cristo Redentor, e possivelmente parte do roteiro da visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, “furou a fila” no processo de implantação de UPPs em comunidades cariocas. O evento será realizado entre 23 e 28 de julho.

A próxima comunidade na fila seria o Complexo da Maré, na zona norte, que agora deve ficar para o segundo semestre deste ano. Com cerca de 130 mil moradores, a Maré é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim e precisa se deslocar em direção ao centro ou à zona sul.