Os Jogos Olímpicos no Rio terminaram no domingo, 21, num clima de muita emoção. O Brasil conseguiu conquistar a 13ª posição no ranking de medalhas, fato inédito para o País. E quem conseguiu vivenciar de perto toda essa experiência foi a tupiense Ana Lúcia Scalabrini.
Ela é supervisora administrativa no Colégio Objetivo em Dracena e professora da Faculdade Centro de Ensino Superior Tupi Paulista (Cestupi) e foi uma das milhares de voluntárias das Olimpíadas.
Ana chegou ontem, 22, a Tupi Paulista, e contou ao Jornal Regional que conseguiu ser voluntária por meio de inscrição realizada no dia 15 de dezembro de 2014, no portal dos voluntários Rio 2016. Após aprovação, fez o curso de treinamento presencial, no dia 6 de junho de 2015, no Centro de Seleção em São Paulo.
“Para ser voluntária tive que cumprir todos os requisitos que o programa exigia, como cursos on line, curso de idiomas, e assim fui completando as etapas até ser aprovada e receber a carta-convite, dizendo bem-vinda ao time. Estava concorrendo com voluntários candidatos de vários países e fui uma das 50 mil voluntárias aprovada”, explicou.
Ela ressaltou ainda que é apaixonada por esportes. “Sempre foi um sonho ir para as Olimpíadas, e quando vi que poderia, além de assistir, ser voluntária, não tive dúvidas, fiz todas as etapas, me organizei com o trabalho e aqui estou”, disse em entrevista quando ainda estava trabalhando como voluntária no Rio de Janeiro, na semana passada.
Ana atuava na área da arena de vôlei de praia, onde era assistente de serviços do evento. Existiam quatros tipos de uniformes para definir as categorias. O uniforme verde, o que ela usava, era para as equipe EVS, aquelas que trabalharam diretamente com atendimento ao público.
“Trabalhei em vários setores, desde credenciamentos, entrada do público fazendo check-in juntamente com a Força Nacional, na arena onde aconteciam os jogos. Direcionava o público em setor e assento. Ser uma EVS foi fazer com que o público receba todas as informações possíveis. Principalmente nos jogos do Brasil, chegamos a colocar mais de 10 mil pessoas dentro da arena”, informou.
A escala de trabalho da tupiense foi entre os dias 6 a 18 e a jornada de trabalho variava conforme os jogos, das 7h às 16h, das 15h30 às 23h30, das 17h às 2h e nas finais das 18h às 3h, com intervalos de uma hora para a refeição.
Em relação à segurança e a organização do evento, Ana explicou que o esquema de segurança no Rio de Janeiro estava impressionante, tanto dentro dos polos esportivos quanto na cidade. “Caminhando pela praia, pelas ruas, onde há concentração de pessoas, a gente via a Força Nacional, Exército, Marinha e Aeronáutica. Tanque do Exército era visto patrulhando à orla todo tempo. Cerca de 20 mil militares atuaram na segurança no Rio de Janeiro. Para quem teve a oportunidade de assistir a abertura dos Jogos Olímpicos pôde perceber que a organização do evento está de parabéns, as estruturas foram funcionais e muito bonitas. O trabalho voluntário fez a diferença para que tudo saísse perfeito e o Brasil apagasse a imagem de País perigoso para se visitar, como foi noticiado por TVs e jornais estrangeiros”.
Para finalizar, Ana contou o que mais chamou sua atenção durante a atuação nos Jogos. “É difícil pontuar o que tem me chamado a atenção, tudo foi perfeito, a energia dos atletas, os centros olímpicos, a segurança, a dedicação dos voluntários, mas o show que o público fez a parte foi contagiante, a cada grito de emoção de uma jogada, as danças improvisadas, as músicas cantadas por milhares de pessoas. Foi de arrepiar. Quando me candidatei, não imaginei que poderia viver tantas emoções ao mesmo tempo. Foi uma experiência de aprendizado como profissional para meu currículo, mas principalmente como pessoa. Como diz o trecho da música do Gilberto Gil: ‘O Rio de Janeiro continua lindo…’”.