O Brasil precisa investir R$ 32 bilhões para recuperar todas as estradas que estão em más condições de tráfego, segundo pesquisa divulgada hoje (28) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Entre os problemas encontrados, estão a má qualidade do asfalto (63,9%), estradas com sinalização ruim (54,2%) e rodovias sem acostamento (46,3%).
A pesquisa foi feita durante 45 dias e foram analisados 89.552 quilômetros de rodovias, o que inclui todas as estradas federais pavimentadas e as principais estaduais.
O presidente da CNT, Clésio Andrade, disse que os investimentos ainda não são suficientes para manter ou recuperar as estradas. “O governo tem condições de colocar todo o sistema em condições ideais em 10 anos. Depende de recursos financeiros e de boa vontade política”, disse.
Apesar da situação ruim, houve melhoras em relação à última pesquisa, em 2007. Segundo Andrade, houve melhoria de 26% a 32% das rodovias classificadas como ótima ou boa.
As piores estradas estão na Região Norte. Mais de 90% das estradas apresentam más condições. A situiação mais crítica é no Amazonas, que tem toda a malha rodoviária considerada como regular, péssima ou ruim. Em seguida, está o Acre, que tem 98,7% das estadas em condições precárias. Roraima foi o que teve a maior parte das estradas avaliadas como ruins (43,6%) – a BR-210 foi considerada a pior estrada no estado.
As melhores rodovias estão na Região Sudeste, onde 45,7% estão em boas condições. São Paulo apresenta as melhores condições das estradas. Mais de 70% delas estão em boas ou ótimas condições. A melhor estrada é a BR-478 (entre Limeira e o litoral sul de SP), que foi avaliada como ótima. A SP-070 (que é privada) liga a capital paulista a Taubaté e foi avaliada como a melhor estrada.
O estado de Minas Gerais, que possui a melhor malha rodoviária do país, tem as piores estradas da Região Sudeste. Um total de 73,7% das estradas mineiras foi avaliada como ruim, péssima ou regular. Apenas as BR-496 (no norte do estado) e 464 (próxima a Uberaba) foram avaliadas como ótima ou boa. As outras nove foram avaliadas como péssima, ruim ou regular, sendo que a BR-482 (na região de Viçosa) foi a que recebeu a pior classificação.
No total, 69% das estradas brasileiras são ruins, e 31% estão em boas condições. Entre as rodovias sob gestão pública, 77,6% não apresentam boas condições para os motoristas e o restante (22,4%) tem boa trafegabilidade. No caso das rodovias privatizadas, a situação se inverte: 76,5% estão em boas condições e 23,5% apresentam problemas.