Os importados devem fazer uma “volta triunfal” no Natal deste ano. No ano passado, dólar estava em escalada nos meses que antecederam o período de maior faturamento para o varejo – a moeda fechou 2008 a R$ 2,33. Em 2009, a cotação está perto de R$ 1,70 desde o fim de setembro. Isso deve significar produtos cerca de 15% mais baratos nas gôndolas e vendas até 20% maiores, segundo varejistas.
Entre os produtos que o consumidor deverá encontrar com mais facilidade e a preços mais baixos estão frutas secas, vinhos, bacalhau, enfeites de Natal e brinquedos. O diretor da área de importações do Pão de Açúcar, Sandro Benelli, diz que, na média, a oferta de importados deverá crescer 40% nas lojas da rede.
Mas o destaque de crescimento será nos segmentos de vinhos e de decoração natalina. Segundo o executivo, o Grupo Pão de Açúcar aumentou a importação de vinhos, especialmente da América do Sul, em 100%. A oferta de enfeites de Natal, que serão distribuídos mais amplamente em lojas como Extra, Sendas, Compre Bem e Pão de Açúcar, também deve dobrar.
Produtos exclusivos
Com o dólar baixo, a empresa investiu no desenvolvimento de produtos exclusivos em fornecedores externos. Ainda neste ano, o grupo terá bonecas importadas que foram desenvolvidas somente para o Pão de Açúcar. “[Para possibilitar o desenvolvimento de produto], o volume tem que ser muito grande, no mínimo 1 milhão de bonecas. Tem que acompanhar testar o produto na origem e quando ele chega [no Brasil]”, explica Benelli.
Com a expansão dos negócios, outras linhas de produto passarão a ser desenvolvidas pelo Pão de Açúcar na China. O executivo da rede explica que executivos da empresa viajam entre duas e três vezes por ano para o país para prospectar novidades. Neste momento, diz ele, o Pão de Açúcar já pensa no Natal de 2010.
Sandro Benelli diz que outras linhas de produtos começarão a vir do exterior já com as marcas próprias da rede. É o caso da nova coleção da linha de pequenos eletrodomésticos de pequeno porte HomeLeader (liquidificadores, cafeteiras e batedeiras, por exemplo), que será totalmente importada da China. A nova coleção será lançada em fevereiro ou março de 2010.
A mesma mentalidade está sendo usada para as compras feitas para o Ponto Frio, adqurida pelo Pão de Açúcar neste ano, para a compra de fornos de micro-ondas, por exemplo. Com a negociação direta, informa Benelli, o Grupo Pão de Açúcar elimina “atravessadores” – indústrias que importam os produtos para repassá-los às redes de varejo.
Rio de Janeiro
A rede de supermercados Zona Sul, com 30 lojas no Rio de Janeiro, também afirma ter aumentado a importação de produtos típicos do Natal, que serão oferecidos a preços entre 15% e 20% mais baixos do que no ano passado.
Além de aumentar a compra de vinhos em 30% e a de bacalhau em 50%, a empresa também aposta no crescimento do consumo de produtos de maior valor agregado, como os panetones italianos. “Além do benefício da queda do euro, a gente tem negociação por causa dos volumes”, ressalta o gerente de marketing da companhia, Jaime Xavier.
Embora Xavier afirme que o crescimento real nas vendas para o ano de 2009 deverá ficar entre 4% e 5% por conta do início de ano difícil por causa da crise econômica, as expectativas de expansão para o Natal são de 15% a 20%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Redes regionais
A rede gaúcha Zaffari, com cinco lojas no Rio Grande do Sul e uma no Shopping Bourbon, em São Paulo, prevê crescer 15% no Natal deste ano com oferta 20% maior de produtos como bacalhau, vinhos e panetones. A empresa também aumentou a oferta de produtos da linha de bazar, que inclui produtos de decoração e enfeites natalinos.
O supermercado nordestino GBarbosa, que tem 19 hipermercados e 30 supermercados em Sergipe, Bahia e Alagoas, diz que aumentou em 50% a quantidade de produtos de Natal importados em suas gôndolas. Com os preços mais baixos em função do dólar, o gerente de plenajmento da rede, Milton Amorim, diz que a empresa passou a importar novos itens, como atum em lata, frutas em calda e artigos para o lar.