O Ministério da Saúde confirmou hoje (18) que pelo menos cinco estados brasileiros – Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rondônia – vêm apresentando aumento considerável de casos de dengue desde dezembro do ano passado. A pasta nega, no entanto, que a situação seja considerada uma epidemia da doença, embora algumas secretarias de Saúde já usem o termo nos boletins epidemiológicos publicados este ano.
A Secretaria de Saúde de Rondônia, por exemplo, informou que o estado enfrenta a sua maior epidemia de dengue. O aumento no número de casos na primeira semana de 2010, quando comparada ao mesmo período do ano passado, chegou a 2.182%. Na segunda semana, o aumento foi de 1.164%. Apenas na capital Porto Velho, 2.210 casos foram notificados de um total de 5.306 em todo o estado. A cidade também registrou o maior número de casos graves da doença – 70 – além de três óbitos.
Até o último dia 10, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso notificou 12.666 casos de dengue – 344 considerados graves – e 16 mortes causadas pela doença. O número, comparado ao registrado no mesmo período do ano passado, representa um aumento de 804% nas notificações. Em 2009, o estado enfrentou uma epidemia de doença, com 60 mil casos notificados.
Até o momento, cinco óbitos foram confirmados em Mato Grosso. A capital, Cuiabá, concentra 802 notificações de casos e um de óbito. Além disso, a Secretaria de Saúde investiga se quatro mortes foram provocadas pela doença. Em Várzea Grande, as notificações de casos já somam 802 e a de óbitos, cinco. Apenas um foi confirmado até agora.
Em Mato Grosso do Sul, sete cidades concentram 53,4% da população estadual e 69,6% dos casos suspeitos de dengue nas primeiras cinco semanas do ano – Bonito, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas. Em todo o estado, 7.991 casos já foram notificados e duas mortes estão sob investigação. Apesar de ter confirmado 996 casos, a própria Secretaria de Saúde alerta que informações extraoficiais indicam que as notificações podem chegar a 14.566.
Os principais focos da doença no estado são locais de abastecimento de água como caixas d’água e tambores, depósitos domiciliares como vasos de planta e piscinas, tanques em obras, borracharias e hortas e depósitos naturais.
Em Goiás, 49 municípios apresentam alto risco de infecção pela dengue. A capital, Goiânia, lidera o ranking de notificações de casos nas cinco primeiras semanas de 2010 (10.862), seguida por Aparecida de Goiânia (2.7121) e por Senador Canedo (674). De acordo com a Secretaria de Saúde do estado, 50 cidades apresentam médio risco de infecção e 68, baixo risco, o resulta em um total de 167 municípios com casos notificados.
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde informou que os cinco estados já vêm recebendo ações de combate à dengue – como entrega de inseticida e de medicamentos – e que a expectativa da pasta é que as transmissões comecem a diminuir daqui para frente.