Pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostra que a produção brasileira dos principais grãos – soja, milho, trigo, arroz e feijão – deve crescer 36,7% até 2020. Conforme a pesquisa, que foi divulgada hoje (4), serão 47,7 milhões de toneladas a mais desses alimentos, que passarão de 129,8 milhões de toneladas colhidas na safra 2008/2009 para 177,5 milhões de toneladas na 2019/2020.

Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que participou da apresentação do estudo Projeções do Agronegócio – Brasil 2009/10 a 2019/20, cerca de 75% desse incremento serão gerados pelo aumento de produtividade, proporcionado pela evolução das tecnologias aplicadas ao campo. O restante virá com o aumento de áreas plantadas.

Atualmente, a área de lavouras no país é de aproximadamente 60 milhões de hectares. De acordo com a projeção, em 2020, ela chegará a 69,7 milhões de hectares. Quase a totalidade dessa expansão será destinada à produção de soja (mais 4,7 milhões de hectares) e de cana-de-açúcar (mais 4,3 milhões de hectares). O restante deve ser ocupado com milho.

O crescimento na produção de grãos seguirá, segundo a pesquisa, a média histórica. “O Brasil cresce, na produção de grãos, de uma forma sustentada em torno de 4% ao ano, o que é uma taxa extraordinária. A agricultura sempre teve um crescimento dinâmico e constante”, comentou Stephanes.

Os dois grãos mais produzidos – soja e milho – devem ter aumento de 37,2% e 80,3% no volume exportado até 2020. Segundo a projeção, os embarques de soja para outros países passarão de 27,6 milhões para 37,8 milhões de toneladas e os de milho, de 7 milhões para 12,6 milhões de toneladas.

O coordenador-geral de Assuntos Estratégicos do ministério, José Garcia Gasques, disse que dois fatores pressionarão a demanda mundial por alimentos nos próximos anos. “Os países emergentes estão aumentando a população e a renda das pessoas e passam por um processo de urbanização. Além disso, a busca por combustíveis limpos, como o etanol, continua.”