O bom desempenho do sistema bancário brasileiro durante o período mais crítico da crise financeira mundial contribuiu para que os grandes bancos locais se consolidassem como as marcas mais valiosas no País.
O ranking é liderado pelo Bradesco, seguido por Itaú e pelo Banco do Brasil, de acordo com levantamento elaborado pela consultoria Brand Finance. “O setor bancário é o mais interessante no Brasil. Está crescendo muito em razão do aumento da renda nas classes C e D”, afirmou o sócio da consultoria na América do Sul, Gilson Nunes.
São levados em conta nesse ranking a força de percepção da marca por parte dos consumidores, faturamento da empresa e número de clientes, entre outros fatores.
O levantamento foi feito com base nos dados de 31 de dezembro de 2009 e mostra ainda que a marca tem um peso relevante no valor de mercado das companhias abertas.
O preço da marca. No caso do Bradesco, a marca foi avaliada em R$ 23,148 bilhões, equivalente a 24% do valor de mercado do banco no fim do ano passado. No Itaú, foi atribuído o valor de R$ 12,033 bilhões, 12% do que a instituição valia no mercado. A marca do BB, na mesma data, valia R$ 11,601 bilhões, 16% do valor de mercado do banco público.
Além de os bancos terem ocupado as primeiras posições no ranking, foi também uma instituição financeira, o Santander, que apresentou a maior variação positiva, com uma elevação em seu valor de marca de 140%, chegando a R$ 5,108 bilhões. O banco espanhol subiu 18 colocações e alcançou a 17.ª posição. “O Santander tem o benefício de ter incorporado alguns atributos de marca que eram do Real”, disse Nunes.
Outros bancos também aparecem no ranking. A Caixa Econômica Federal chegou à oitava colocação, o Unibanco (que se fundiu com o Itaú em novembro de 2008), à 29.ª posição, seguido pelo Real (comprado pelo Santander em 2007). O HSBC ocupava a 32.ª colocação, o BNDES, a 38.ª, a Nossa Caixa a 75.ª e o Banrisul chegou à 99.ª posição.
Outros setores. Embora o setor bancário domine as primeiras colocações, o ranking tem a presença de companhias de diversos setores. A Petrobrás ocupa a quarta colocação, com a marca avaliada em R$ 9,734 bilhões. No levantamento anterior, a estatal ocupava a sétima posição.
Em quinto, ficou a operadora Vivo, em sexto, a Oi/Telemar e, na sétima colocação, as Casas Bahia. A marca Vivo evoluiu da sexta para a quinta posição. A Oi/Telemar subiu mais posições, passou do nono lugar para o sexto posto das marcas mais valiosas.
Na avaliação de Nunes, as empresas de varejo e de exportação de commodities foram beneficiadas com a recuperação da Bolsa de Valores e apresentam boas perspectivas futuras, o que contribui para uma melhor avaliação no ranking de marcas.
A Sadia, que enfrentou problemas com a forte exposição a derivativos tóxicos em 2008 e que, em maio do ano passado, foi vendida à Perdigão, apresentou forte queda em seu valor de marca. A marca da companhia foi avaliada em R$ 1,598 bilhão, uma queda de 26%. A Sadia ficou na 49.ª colocação, ante a 32.ª posição no ranking anterior.
Montadoras. No levantamento feito pela consultoria Brand Finance, chama atenção a evolução das posições das montadoras de automóveis.
Em 2008, entre as 10 marcas mais valiosas, estavam três fabricantes de automóveis. A Volkswagen era a quarta, a General Motors/Chevrolet, a oitava, e a Fiat, a décima colocada.
Agora, apenas a Fiat manteve a sua posição, ou seja, o décimo lugar. A Volkswagen caiu para o décimo segundo lugar e a General Motors/Chevrolet caiu para o décimo terceiro posto.