Policiais federais fazem hoje (14) uma paralisação de 24 horas em todo Brasil para reivindicar a reestruturação salarial. Eles também defendem mudanças na Lei Orgânica da categoria, que está sendo analisada no Congresso Nacional por uma comissão especial criada na semana passada.

Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), uma proposta de recomposição dos salários foi encaminhada pelo Ministério da Justiça em março do ano passado, mas ficou parada no Ministério do Planejamento até a semana passada.

“O ministério [do Planejamento] disse que não havia necessidade de mobilização e que está aberto para negociar, mas o encontro da semana passada só aconteceu depois de anunciada essa mobilização”, disse o secretário-geral da Fenapef, João Valderi, durante a assembleia dos policiais federais no Distrito Federal (DF), que apoiou o calendário de mobilizações sugerido pela federação.

De acordo com a federação, desde 2002, os policiais federais tiveram 83,3% de reajuste salarial, enquanto que em outros setores do Executivo, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), houve variações entre 140% e 552,8%.

Sobre a reestruturação da carreira, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Cláudio Avelar, defendeu que o cargo de diretor da PF deve ser escolhido pelos próprios servidores e não por indicação política. “Os agentes da PF têm condições de ocupar funções estratégicas de comando e planejamento. Todos temos nível superior”, ressaltou.

Segundo o secretário-geral da Fenapef, o Ministério do Planejamento marcou uma reunião para o dia 23 de abril com o objetivo de negociar a questão salarial com os policiais. O secretário disse que os 26 estados mais o DF já apoiaram o calendário de mobilização, que prevê uma paralisação de 48 horas nos dias 28 e 29 de abril e outra de 72 horas nos dias 5,6,7 de maio.

O Ministério do Planejamento ainda não se pronunciou sobre a paralisação dos policiais federais nem sobre as reivindicações da categoria.