O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, classificou como “catastróficas” as avaliações que qualificam o déficit das contas do setor como “rombo”. Ele afirmou que “não há rombo nenhum, apenas o ministério faz atualização dos dados a cada comportamento de pagamentos, o que influencia a projeção de gastos”. Dessa forma, ele justificou o aumento dos gastos previdenciários como decorrente do reajuste de 7,72% para aposentados e pensionistas aprovado pelo Congresso Nacional.
Mesmo negando o “rombo”, Gabas estima que, no quadro atual, haverá “necessidade de financiamento” da Previdência Social este ano de R$ 47 bilhões, para equilibrar a relação entre receita e despesa. A projeção original apontava para um déficit de R$ 50 bilhões, conforme mencionou, depois reduzida para R$ 45 bilhões. A previsão, agora, se eleva para R$ 47 bilhões no fechamento deste ano, contra um déficit de R$ 43 bilhões registrado em 2009.
O ministro disse que a Previdência “tem evoluído muito, com o controle de gestão, que levou à redução de fraudes e pagamentos indevidos e à melhora no atendimento ao segurado. Na medida em que a economia cresce arrecada-se mais e o resultado será mais favorável”. Carlos Eduardo Gabas participou da abertura do seminário “Fundamentos para Registro de Benefícios Previdenciais a Empregados”, promovido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Na ocasião, o ministro destacou que, “na verdade, não há déficit nenhum na Previdência Social. Apenas o sistema cumpre a Constituição Federal, promulgada em 1988, e subsidia as aposentadorias rurais, que partem de um salário mínimo por mês para a mulher trabalhadora que complete 60 anos de idade e para o agricultor que complete 65 anos de idade”. Por esta razão, o ministério passou a mostrar as contas de pagamentos de aposentadorias e pensões de forma separada para aposentados urbanos e rurais.
Na avaliação dele, “esse é um benefício social justo, pois 70% dos alimentos produzidos no país vêm do trabalho desses agricultores, que só estavam vindo para a periferia das cidades porque não tinham outra saída para sua vida. Com o apoio que vêm recebendo do governo, eles agora preferem ficar onde gostam mesmo de ficar, que é na zona rural”, completou o ministro.