Acompanhando os desdobramentos das investigações sobre a chacina de 72 imigrantes na fronteira entre o México e os Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu hoje (27) que há mais perspectivas de qualidade de vida no Brasil atualmente do que no passado. A reação de Amorim é uma resposta às informações de que entre as vítimas havia, pelo menos, quatro brasileiros.

“Os brasileiros têm uma perspectiva de vida muito mais próspera, hoje em dia, no Brasil. Acho que, por isso, as pessoas não precisariam correr tantos riscos”, afirmou o chanceler brasileiro, em passagem pelo Rio de Janeiro.

Amorim classificou a chacina como uma “tragédia”. O crime é atribuído pelas autoridades mexicanas a cartéis do narcotráfico e de transporte ilegal de imigrantes. O chanceler afirmou que acompanha a evolução das investigações e identificações por meio do Ministério das Relações Exteriores do México e do Consulado do Brasil no pais.

Segundo as autoridades do México, um dos corpos já foi identificado como sendo de um brasileiro. Mas o Ministério das Relações Exteriores do Brasil ainda não pode confirmar a informação.

Ontem (26) o Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou que havia quatro brasileiros entre as vítimas. O Itamaraty não confirma que um dos 20 corpos já identificados seja de um brasileiro. Diplomatas do Brasil, de Honduras, do Equador e de El Salvador foram para a cidade de San Fernando, no estado de Tamaulipas, onde ocorreu o crime.

Há informações não oficiais de que mais dois corpos foram encontrados, portanto o número deve subir para 74. Mas as autoridades brasileiras não confirmam. No último fim de semana, os policiais do México divulgaram que houve uma chacina envolvendo 72 imigrantes, que seguiam para os Estados Unidos. De acordo com equatoriano Luis Freddy Pomavilla, que sobreviveu ao massacre, os traficantes mataram as pessoas porque elas se recusaram a trabalhar para eles.

Até ontem à noite, os policiais confirmavam que entre as vítimas havia 58 homens e 14 mulheres, incluindo algumas crianças e uma grávida. De acordo com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do México, em 2009, dez mil pessoas foram sequestradas, somente em seis meses. A estimativa é que seis, em cada grupo de dez meninas e mulheres imigrantes, sejam vítimas de violência sexual.