Um ano depois da estreia diante dos Estados Unidos, no dia 10 de agosto de 2010, o técnico Mano Menezes ainda não conseguiu fazer da Seleção Brasileira uma equipe confiável.
A derrota por 3 a 2 diante da Alemanha, na última quarta em Stuttgart, foi emblemática para o fim de uma etapa de trabalho em que o treinador gostaria de comemorar mais avanços.
Mano iniciou a sua 13ª partida com a 12ª escalação diferente. Neste tempo, lidou com problemas médicos com jogadores e apostas que frustraram sua expectativa, mas a falta de continuidade de um time titular também está relacionada as incertezas do treinador.
“Esperava (um time mais encorpado) porque esperava repetir mais o time. Em 13 jogos, só conseguimos repetir uma vez. A parte mais difícil é de ser achar o entrosamento mais fino para criar jogadas. Destruir é mais fácil”, analisou o treinador.
A única repetição de equipe ocorreu entre as partidas da Copa América diante do Equador e do Paraguai. Nas demais, Mano fez testes, procurou um substituto para Paulo Henrique Ganso quando o santista estava machucado, tapou buracos de lesão e suspensão e promoveu alterações táticas que julgou necessárias.
Durante a Copa América, quando teve todos os jogadores à disposição, Mano fez alterações constantes e evidenciou a falta de confiança em um time base. Na mais surpreendente de todas, tirou Robinho para colocar Jadson diante do Paraguai, pela primeira fase, depois de uma estreia razoavelmente satisfatória da equipe que julgava ideal por um longo período.
Logo na estreia de sua gestão, contra os Estados Unidos, Mano encantou-se com o quarteto Ganso, Neymar, Robinho e Pato. Com a impossibilidade de escalar o camisa 10, lesionado, o treinador variou formações e transparecia que pretendia repetir a fórmula da estreia assim que possível. Mas bastou o empate por 0 a 0 contra a Venezuela para mudar a tática.
Retomou o quarteto nos dois jogos seguintes, mas já no amistoso contra a Alemanha voltou alterar a composição, Na justificativa, a necessidade de ter variações táticas. “Eu sempre disse que ia jogar no 4-2-3-1 como variação do 4-3-3 e tem condições de ser assim, é necessário que haja essas possibilidades”, disse.
O balanço do primeiro ano de Mano mostra números irregulares. Foram 13 jogos, seis vitórias, quatro empates e três derrotas, o que dá um aproveitamento próximo de 55%. Marcou 18 gols, levou nove – sete nos últimos quatro jogos – e não venceu nenhum grande. Empatou com a Holanda e perdeu para Argentina, França e Alemanha. Mano testou 54 jogadores no período.