As famílias brasileiras continuam otimistas com o comportamento socioeconômico nacional, tanto para o período de um ano como para prazo até cinco anos. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir do Índice de Expectativas das Famílias (IEF) relativo ao mês de outubro, que foi divulgado hoje (3). O otimismo, segundo o estudo, não abrange apenas as classes de menor renda ou grau de instrução.
A proporção dos que esperam uma melhor situação econômica do país nos próximos 12 meses varia de 55%, para quem recebe até um salário mínimo, a 64,7%, para quem recebe entre quatro e cinco salários mínimos. As demais faixas encontram-se entre esses percentuais, sendo que 59,5% dos que recebem mais de dez salários mínimos acreditam que a situação econômica melhorará nos próximos 12 meses.
Se o recorte levar em consideração a escolaridade, a variação da expectativa para o mesmo período fica entre 57,6% (para quem tem nível superior incompleto) e 64,4% (para quem tem nível médio incompleto).
Já a expectativa sobre a situação financeira da família daqui a um ano é bastante homogênea. O percentual de otimistas varia de 73,8%, para aqueles que ganham até um salário mínimo, a 85,9%, para aqueles que recebem de cinco a dez salários mínimos. A situação é similar quando o critério é o de escolaridade. O índice de otimismo para o período vai de 76,1%, no caso da parcela sem escolaridade, a 85,6%, para os que têm nível superior incompleto.
O estudo afirma que, entre os entrevistados, a dívida média caiu, entre agosto e outubro, de R$ 5.426 para R$ 4.220. De acordo com a percepção das famílias, aproximadamente 75% acreditam estar pouco endividadas ou não terem dívidas.
Além disso, a pesquisa afirma que 92,9% das pessoas não planejam tomar financiamentos ou empréstimos nos próximos três meses. Entre aqueles com contas atrasadas, 38% acreditam que não conseguirão saldar seus compromissos.
Não há dúvidas, segundo o Ipea, de que esse cenário permanece ligado às projeções sobre o mercado de trabalho, com expectativa positiva da manutenção da ocupação por parte do responsável pelo domicílio e dos outros membros que trabalham. Cerca de um terço da população espera obter melhorias no trabalho em seis meses.
A pesquisa abrangeu 3.810 domicílios de mais de 200 municípios, em todas as unidades federativas. A margem de erro é de 5%.