As exportações brasileiras de carne bovina devem fechar o ano com uma receita perto de US$ 5 bilhões. A previsão foi feita ontem (8) pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, na capital paulista. Se for confirmada a estimativa, o setor registrará crescimento de cerca de 20% em relação ao ano passado – US$ 4,12 bilhões – e se aproximará da receita alcançada em 2008, quando as exportações chegaram a US$ 5,33 bilhões.
“Se não alcançarmos a cifra de US$ 5 bilhões, seguramente estaremos perto. Em relação à quantidade, acredito que a gente chegue por volta de 1,8 milhão toneladas equivalente à carcaça”, afirmou. Em 2008, em volume, exportou-se 1,924 milhão de toneladas, enquanto que em 2008 o valor chegou a US$ 2,163 milhões.
De acordo com o balanço divulgado pela associação, as exportações brasileiras de carne bovina alcançaram US$ 4,11 bilhões no acumulado do ano (entre janeiro e outubro), resultado 22% maior do que o registrado em igual período no ano passado (US$ 3,37 bilhões). Em volume, o Brasil exportou 1,495 milhão de toneladas em dez meses deste ano ante 1,472 milhão de toneladas comercializadas no mesmo período de 2009.
No mês de outubro, as exportações de carne bovina chegaram a US$ 419 milhões, valor 11% maior do que as do mesmo mês do ano passado, quando as vendas para o exterior renderam US$ 378 milhões. Porem, em volume, houve queda. Ela foi motivada principalmente pelo bloqueio europeu à carne brasileira. Os números da Abiec mostram que, em volume, foram exportadas 134 milhões de toneladas em outubro deste ano contra 155 milhões de toneladas do mesmo período de 2009.
Segundo Camardelli, o aumento na receita e a diminuição em relação ao volume no mês de outubro se deve a uma conjuntura de fatores. “Temos hoje um mercado bastante atribulado, leia-se a Europa com essa blindagem excessiva; temos também harmonização de preços na matéria-prima em todo o mundo, no caso o boi, o que estabelece uma competição igual para todo mundo; e temos uma taxa cambial bastante complicada”, disse.
De acordo com ele, essa diversidade de fatores implica numa oferta menor de animais e o alto custo dessa matéria-prima (boi) leva o setor a fazer rearranjos e selecionar países onde possa ter mais rentabilidade. Para obter números mais expressivos no próximo ano, o presidente da associação diz que os criadores pretendem conquistar espaço em mercados como Japão, Coreia, Taiwan, Estados Unidos, Canadá e México, apostando que o Brasil possa confirmar seu status sanitário nesses países.