A chance dos homens morrerem jovens, aos 22 anos, é 4,5 vezes superior à das mulheres na mesma faixa etária. De acordo com estudo Tábua da Mortalidade , divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa diferença mais que dobrou desde 1980, quando eram registrados dois óbitos masculinos para cada feminino nessa faixa etária.
Esse aumento é explicado, em grande parte, pelas mortes violentas. Entre 15 e 19 anos, os homens responderam, em 2009, por 87,35% do total de mortes violentas no país. Na faixa seguinte, entre os 20 e 24 anos, o percentual chega a 90,21%. Somente a partir dos 30 anos a tendência se inverte e as causas naturais surgem como o principal fator dos óbitos, sendo responsável por 60,18% das mortes entre 30 a 34 anos e por 70,62% para aqueles com idade entre 35 e 39 anos.
Segundo o gerente de estudos e análises demográficas do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, se esse panorama não for alterado, o Brasil poderá atingir “níveis insustentáveis”. “Atualmente já há um excedente de quase 4 milhões de mulheres na população brasileira e é bem provável que em 2050 já tenhamos 14 milhões de mulheres a mais.”
Ainda de acordo com o levantamento do IBGE, no ano passado a expectativa de vida para os homens alcançou 69,42 anos e para as mulheres chegou a 77,01 anos. Para a média da população brasileira, a expectativa de vida era de 73,17 anos.
Também houve aumento na esperança de vida dos idosos. Em 1980, um brasileiro com 60 anos esperaria viver em média 76,39 anos. No ano passado, brasileiros na mesma faixa etária viveriam em média até os 81,27 anos.
Segundo o gerente do IBGE, essa mudança é fruto da ampliação de políticas voltadas para essa parcela da população. “A chamada terceira idade não é a mesma de 50 anos atrás. Ela tem mais vitalidade, mais disposição, quer trabalhar, ter mais lazer. Hoje as pessoas chegam aos 70 e 75 anos com vitalidade, fazendo exercícios físicos, tendo boa alimentação.”
Para ele, os governos e a iniciativa privada precisam investir mais na adaptação do mobiliário urbano, que inclui as condições de deslocamento principalmente nas grandes cidades, para os idosos.