O Informe Conjuntural da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado hoje (14), avalia que, apesar de o Brasil caminhar este ano para o maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da década, há descompasso entre a demanda doméstica e a produção. A CNI projeta uma taxa de crescimento do PIB de 7,6% este ano e de 4,5% em 2011.
O PIB industrial deve fechar 2010 em 10,9%, mas é esperada para 2011 desaceleração para 4,5%. O consumo das famílias deve ficar em 7,9% este ano e em 5,1 no ano que vem. A formação de capital bruto deverá fechar 2010 em 24% do PIB e, em 2011, em 13,5% do PIB.
A taxa de desemprego deve fechar 2010 em 6,8%, mantendo-se está vel na casa dos 6% em 2011.
A inflação, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá fechar o ano em 5,8% e a estimativa para o ano que vem é que se mantenha em torno dos 5%.
Segundo as projeções do informe, o setor espera uma forte alta dos juros básicos (Selic) em 2011, de 10,75% (este ano) para 12%. O déficit nominal público (que inclui o pagamento de juros da dívida pública) deve seguir em trajetória de alta. Deve fechar o ano em 2,9% do PIB e, em 2011, é esperada uma alta nessa relação para 3,2% do PIB. A dívida líquida pública deverá representar 40,8% do PIB em 2010 e se manter estável em 2011, fechando o ano em 40,4% do PIB.
A taxa de câmbio média não deve se alterar ao longo do ano que vem, ficando no mesmo patamar de 2010, em torno de R$ 1,70. Apesar da estabilização da cotação do dólar, o setor industrial estima que o déficit do saldo em conta corrente será maior, de U$ 50 bilhões este ano para U$ 70 bilhões em 2011.
As exportações em 2010 devem fechar em US$ 198 bilhões, crescendo para US$ 228 bilhões em 2011. As importações em 2010 devem representar gastos de US$ 183 bilhões, saltando para US$ 224 bilhões no ano que vem. Com isso, o saldo da balança comercial, que em 2010 deve ficar em US$ 15 bilhões, provavelmente cairá para US$ 4 bilhões em 2011, segundo a CNI.