A bancada governista na Câmara e no Senado descarta qualquer possibilidade de negociar um salário mínimo acima de R$ 545 para este ano ou alterar as regras acordadas pela gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para corrigir esses valores.
O líder no Senado Romero Jucá (PMDB-PR) disse que não existe condição de tentar um acordo a fim de ampliar o valor para R$ 560. A matéria deve ser votada, na Câmara, na quarta-feira (23). “O salário mínimo é o resultado de um acerto feito entre o governo e as centrais. Vai continuar dessa forma.”
Jucá evitou comentar qualquer postura do Senado, caso a Câmara altere o valor proposto no projeto de lei, na quarta-feira. Ele afirmou, apenas, que confia “na responsabilidade da base na Câmara” e no que foi pactuado com o Executivo. A previsão é votar a matéria, no Senado, em duas semanas, acrescentou o parlamentar.
O líder na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi ainda mais enfático na defesa da preservação do valor previsto pelo governo. Segundo ele, “não muda nada, é R$ 545 e não tem discussão, mais que isso não há condição”.
A oposição, por sua vez, que levantou a bandeira da redução dos gastos públicos nos últimos oito anos, se vê agora diante da reivindicação de um valor maior que os R$ 545 e a manutenção da defesa da austeridade fiscal.
O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), disse que essa “é uma questão para ser examinada como uma prioridade para a área social”.