As chuvas que atingiram o estado de Mato Grosso do Sul este mês devem causar um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão às lavouras de soja, calcula a Defesa Civil. O valor é confirmado pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul) que avalia que outras culturas também serão afetadas. É o caso do milho que já deveria ter sido plantado no lugar da soja que não foi colhida por causa das enxurradas.
Segundo o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Ociel Ortiz Elias, as chuvas danificaram mais de 1,6 mil quilômetros nas rodovias do estado e atingiram 20 pontes. Há ainda quatro pontes que foram totalmente destruídas. De acordo com o coronel, as chuvas isolaram várias cidades e atrapalham a circulação interna nos municípios mais afetados. Milhares de crianças em Aquidauana, Dois Irmãos do Buriti e Santa Rita do Pardo estão sem aula por causa da falta de transporte.
O problema nas estradas agravou a situação dos indígenas que passam fome no centro sul do estado. De acordo com Conselho Missionário Indigenista (Cimi), cerca de 13 mil famílias de índios na região de Dourados estão sem receber as cestas básicas. “Isso já estava atrasado por causa da burocracia e, agora, com as chuvas, estão sem perspectivas”, disse o coordenador do Cimi, Egon Heck.
Dezessete municípios estão em situação de emergência em Mato Grosso do Sul.
Por causa das chuvas, o governo federal empenhou R$ 5 milhões para Mato Grosso do Sul e mais R$ 5 milhões para Mato Grosso, onde a cidade mais atingida é Colniza, na fronteira com Rondônia. De acordo com o gerente de monitoramento da Defesa Civil de Mato Grosso, Mário Oliveira, 8 mil pessoas foram afetadas com as cheias do rios Aripuanã e Canamã.
Em Mato Grosso, as enxurradas também afetaram os municípios de Alto Boa Vista, Nova Xavantina, Novo Mundo e Nova Marilândia. As chuvas também causaram erosões em Nova Maringá. Em Goiás, o maior problema é na cidade de Aruanã, onde as chuvas derrubaram três pontes.
No Rio Grande do Sul, as chuvas desde o início de março já afetaram as cidades de Rio Grande, São Francisco de Paula, São Lourenço do Sul, Turuçu, Arroio do Padre, Araricá, Maquiné e Lajeado do Bugre. Em Santa Catarina, o último boletim da Defesa Civil indica que há 11 mil pessoas desalojadas em 18 municípios.