Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita em parceria com o Ibope, mostra que dois em cada três brasileiros acreditam que não é necessário aumentar os impostos para melhorar os serviços de saúde. O levantamento mostra também que 72% da população reprovam a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a saúde. Entre os entrevistados, 37% não souberam responder o que é CPMF. O desconhecimento é maior entre os mais jovens (29% na faixa de 16 a 24 anos).
De acordo com a CNI, por regiões, o Sudeste concentra a maioria dos que se opõem ao aumento de impostos. Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados são contrários ou parcialmente contrários à criação de mais tributos. Já entre os moradores do Sul, 30% concordam, total ou parcialmente, com a proposta e 49% discordam, total ou parcialmente.
Na avaliação da CNI, a maioria dos brasileiros entende que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar as alíquotas para oferecer novos serviços. Para 87% dos entrevistados, o peso dos impostos no bolso do cidadão é elevado ou muito elevado. Apenas 7% consideram os valores adequados.
A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Qualidade dos Serviços Públicos e Tributação mostra ainda que os brasileiros associam a má qualidade dos serviços de saúde à má gestão dos recursos públicos. Segundo o levantamento, 63% concordam que a baixa qualidade dos serviços de saúde se deve mais ao mau uso dos recursos públicos do que à falta de dinheiro. Uma parcela de 18% concorda em parte com isso e apenas 9% discordam.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 140 municípios, entre os dias 4 e 7 de dezembro de 2010.