Pelo menos 33 músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) já foram demitidos por justa causa pela fundação que administra a orquestra por não aceitar os testes de avaliação de desempenho determinados pelo diretor artístico e regente titular, Roberto Minczuk. Os músicos da OSB que estão na lista de demissões se reuniram hoje (5) na sede do sindicato da categoria para discutir a adoção de medidas judiciais contra as demissões, já que, em sua maioria, os músicos pretendem recorrer à Justiça do Trabalho por meio de ações individuais.
A presidente do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro, Deborah Cheyne, informou que a entidade pretende recorrer em segunda instância do parecer emitido pela Justiça do Trabalho, que reconheceu o direito da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb), uma organização privada, regida pela CLT, de demitir os músicos. O sindicato questiona a legalidade do processo de avaliação imposto pelo maestro.
Artistas e instituições de renome internacional têm manifestado apoio aos músicos da OSB. Os concertos do calendário deste ano que, em função da atual crise, serão promovidos com os músicos da OSB Jovem, formada por bolsistas, não terão também a participação de convidados importantes. O pianista Nelson Freire cancelou suas apresentações com a OSB este ano, o mesmo acontecendo com a pianista Cristina Ortiz e o maestro Roberto Tibiriçã, que regeria dois concertos com a pianista, nos dias 30 de abril e 1º de maio.
Para Deborah Cheyne, “isso significa que pessoas que têm peso no meio artístico e renome internacional estão vendo essa situação como algo injusto. Elas acham que subir num palco e tocar com uma orquestra esfacelada seria uma forma implícita de dar apoio a esse processo. Com essa atitude, eles se colocam claramente contra essa arbitrariedade”.
A Fosb, que informou não ter mais nada a declarar sobre as demissões, disse que ainda vai entrar em contato com os músicos convidados que cancelaram as apresentações com a orquestra este ano.