“Eu só escutava gritos. Ele (o assassino) gritava: ‘eu vou matar, é melhor vocês não fugirem. Vou matar de qualquer jeito, não adianta correr’.” O relato dramático de Jade Ramos de Araújo, de 12 anos, só não traduz de forma mais fiel a tensão que viveu do que a palma da mão que ela mostra, rabiscada. Imagens de uma das câmera de segurança da Escola Municipal Tasso da Silveira mostra um pouco do que ela e outras crianças passaram.
Trancada numa sala da Escola Municipal Tasso da Silveira para se proteger do assassino que atirava em outros alunos ali perto, ela recorreu a uma caneta para dar vazão ao medo. “Para me acalmar, fiquei desenhando na minha mão”, contou Jade. Ela só saiu da sala onde se refugiou ao ouvir os primeiros tiros de Wellington Menezes de Oliveira após ser localizada pelo irmão mais velho. “Meu irmão saiu batendo de porta em porta e conseguiu me pegar. Eu só escutava gritos. Parecia uma cachoeira de sangue nas escadas”, contou a aluna da 6° série.
“Agradeço aos policiais que salvaram a minha vida (porque) ele ia encurralar todo mundo lá em cima. Ele gritava: ‘Vira para a parede que eu vou te matar’. E atirava. Tive muito medo de ele me matar.” A dramaticidade do relato de Jade foi comum ontem a tantos outros depoimentos de sobreviventes e testemunhas.
Assista ao vídeo com imagens da câmera de segurança do colégio