As micro e pequenas empresas que atuam no desenvolvimento de programas de computadores (software) e serviços vão poder ampliar sua capacidade de produção. Acordo com esse objetivo foi assinado entre a Riosoft, agente do programa Softex do governo federal no Rio de Janeiro, e a École de Technologie Supérieure (ÉTS), de Quebec, no Canadá.
O diretor executivo da Riosoft, Benito Diaz Paret, disse hoje (5) à Agência Brasil que o ponto central é a norma internacional ISO/IEC 29110, cujo foco são as micro-organizações. O Brasil, por meio da Riosoft, participa do grupo de trabalho WG24, criado no âmbito da ISO para discutir o assunto. Os projetos pilotos nessa área estão sendo desenvolvidos pela École de Technologie Supérieure, do Canadá.
“Para nós, a importância é que a gente vai conseguir aprender a trabalhar com micro-organizações, com menos de 20 pessoas. Porque esse não é o modelo que a gente tem hoje em dia no Brasil. Nós estamos trabalhando cada vez com empresas maiores”, disse Paret.
Ele acredita que essa será uma boa oportunidade, sobretudo para o Rio de Janeiro, porque permitirá que as empresas do setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC), que em sua maioria no estado são de pequeno porte, sejam atendidas, “organizando melhor seus processos de produção e desenvolvimento de software”. O diretor da Riosoft considera que esse é o grande ganho, “além do ganho político de a gente liderar um processo que vai ser o processo do futuro”.
O acordo insere o Brasil entre os membros da rede mundial de centros de suporte para micro-organizações Global Network of Very Small Entities (VSE) Support Centers. “Para nós, isso é fundamental”, afirmou Paret. A rede mundial já conta com a participação da Bélgica, do Canadá, da Finlândia, França, Irlanda, Colômbia, de Luxemburgo e da Tailândia.
O trabalho já vinha sendo desenvolvido pela Riosoft e, agora, ganhou respaldo institucional, esclareceu Paret. Na próxima reunião programada para este mês, em Paris, na França, a Riosoft vai apresentar a versão nacional da norma, em português, que significará a certificação de qualidade de processos na área de TIC. “E quando você faz uma norma brasileira e tem um maior conhecimento, isso é importante, porque nos coloca na liderança do processo”, disse.
Para Benito Paret, a norma vai fortalecer as micro empresas brasileiras, além de prepará-las para o mercado internacional. “Todos os esforços que você faz para melhorar os processos e a qualidade desses processos melhoram também os produtos. E, com isso, fortalecem principalmente essa pequena indústria”.