Dezenas de pessoas protestaram hoje (25) em frente à Câmara Municipal da capital paulista pedindo o fim da violência contra a população de rua. O Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), que organizou a manifestação, cobrou em carta entregue à Câmara o cumprimento da Lei nº 12.316 de 1997, que trata do acesso de moradores de rua a políticas públicas.
“Queremos dar visibilidade política a essa população. Ela é invisível aos políticos. Nós temos uma lei municipal que fala bem claro da obrigatoriedade da aplicação de uma política pública para a população de rua. Não é só assistência social que queremos, é trabalho, saúde, habitação, esporte e cultura”, afirma o coordenador do MNPR, Anderson Lopez Miranda.
O ato reivindicou também o fim da impunidade para quem comete crimes contra moradores de rua. Os manifestantes lembraram os dois últimos assassinatos de catadores de materiais recicláveis, mortos queimados perto de suas carroças, no início deste mês, na região central da cidade.
“O maior problema é a violência e o preconceito. São os assassinatos, a violência cotidiana. É o jato d’água, é a tomada de documento, são os albergues que estão mal equipados, e as pessoas morrendo de tuberculose nas ruas”, destacou Miranda.
Wilton Pereira dos Santos, de 68 anos, já viveu em albergue da cidade, conta que já foi agredido e teve um de seus únicos bens, um rádio, roubado. “Duas mulheres vieram, me chutaram, e me roubaram. Quando consegui levantar, vi que tinham levado tudo que eu tinha”.