Os bombeiros do Rio de Janeiro detidos no quartel de Charitas, em Niterói, estão passando por procedimentos para serem soltos. Pelo menos dez militares já fizeram exame de corpo de delito e estão almoçando na unidade.
A expectativa é a de que os 439 bombeiros detidos saiam juntos do quartel e participem de uma carreata até a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). No local, um grupo está acampado, desde o último sábado (4), reivindicando a libertação dos colegas e melhorias salariais.
Os bombeiros foram detidos após o protesto no Quartel General da corporação, no centro do Rio, na última sexta-feira (3). Ontem (9), o governador Sérgio Cabral anunciou um reajuste de 5,58% para a corporação. No entanto, os bombeiros decidiram permanecer mobilizados por um reajuste maior e pela anistia de todos os militares envolvidos no protesto da semana passada.
Do lado de fora do quartel de Charitas, dezenas de simpatizantes ao movimento e parentes dos bombeiros aguardam a liberação dos detidos. A aposentada Isis Maia, de 55 anos, mãe do cabo Willian Maia, 28 anos, está acampada há 7 dias esperando pelo filho. Para ela, o fim da prisão significará o começo da luta pela anistia. “Não é o habeas corpus uma anistia total. Não vai tirar esta mancha que está sobre eles [os bombeiros]. Eles não são vândalos, são salvadores de vida, que foram acuados por uma ação do governo do estado”.
Durante a manhã, uma comissão formada pelos deputados federais Alessandro Molon (PT-RJ), Delegado Protógenes (PCdoB-SP) e Dr. Aluizio (PV-RJ) visitaram os bombeiros presos para informá-los da decisão do Tribunal de Jutiça de conceder-lhes liberdade provisória. De acordo com Molon, a comissão vai defender, no Congresso Nacional, a aprovação de um projeto de lei anistiando os militares que participaram do protesto no quartel central da corporação.