O Rio de Janeiro vai receber até o fim do ano que vem mais três cozinhas comunitárias. O projeto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) prevê a oferta de refeições a preços acessíveis à população de baixa renda. As novas unidades serão implantadas em Campos dos Goytacazes e Macaé, no norte fluminense, e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
De acordo com o diretor substituto da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Antônio Leopoldo, as cidades foram selecionadas por meio de um edital público que avaliou, entre outros critérios, a vulnerabilidade em que se encontram moradores de regiões que já contam com outros projetos do governo federal, como praças do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e creches ProInfância.
Além dos três municípios fluminenses, 24 cidades em estados como o Pará, Rio Grande do Sul, Ceará, a Paraíba e o Amazonas também foram contempladas.
“Os critérios para a seleção seguem a lógica de fortalecimento da oferta de serviços públicos em locais de grande vulnerabilidade social. Afinal, o nosso objetivo é contribuir para a segurança alimentar, oferecendo refeições de qualidade a preços que possam ser pagos pela população de baixa renda”, destacou.
Segundo Leopoldo, a partir do anúncio dos vencedores do edital feito ontem (15), as unidades devem levar cerca de 18 meses para entrar em funcionamento. Para implementar o programa, cada município receberá R$ 450 mil. Os recursos poderão ser repassados pelo ministério em até duas vezes e servirão para financiar a construção ou adequação de prédios, a aquisição de equipamentos, móveis e utensílios e a formação e qualificação de profissionais na área de alimentação, nutrição e gastronomia.
O diretor substituto do MDS também ressaltou que a gestão e a administração das cozinhas comunitárias ficam sob responsabilidade das prefeituras envolvidas.
Em todo o país, foram instaladas, desde 2003, 412 unidades, que servem em média 87,5 mil refeições por dia. O Rio de Janeiro conta com 14 em funcionamento.
De acordo com o coordenador do projeto em São Gonçalo, município fluminense que concentra o maior número (dez) de cozinhas comunitárias no estado, Mauro Barros, as refeições oferecidas são baseadas em um cardápio desenvolvido por especialistas que equilibram os valores nutricionais dos pratos. Segundo ele, desde 2007, quando foi instalada a primeira unidade na região, já foram servidas mais de 1 milhão de refeições.
“Tem pessoas que procuram as cozinhas comunitárias todos os dias, porque sabem que vão encontrar comida boa e barata. Além disso, procuramos contratar para trabalhar nas unidades moradores da própria comunidade que recebem qualificação e colaboram com o projeto”, afirmou.
O aposentado Jorge Marques, 57 anos, disse que prefere almoçar na cozinha comunitária de Boa Vista, bairro pobre de São Gonçalo, porque economiza o dinheiro da aposentadoria para outros gastos, como a compra de remédios.
“Se eu for comprar todos os ingredientes para preparar em casa, vai sair mais caro. É melhor comer aqui porque eu me alimento bem e posso comprar outras coisas com a aposentadoria que recebo”, afirmou, enquanto esperava na fila para comprar, por R$ 2, um prato com arroz, feijão, legumes refogados e carne moída.