O Zoológico de Niterói fechou as portas hoje (21). Os últimos 104 animais que restavam no parque foram retirados nesta manhã pelos técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Alguns animais, como o leão Dengo, foi levado em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ao Zoológico de Brasília para encontrar a companheira Elza, retirada do parque de Niterói há cerca de três anos.
O advogado Rubem de Freitas Matto, que representa a Fundação Jardim Zoológico de Niterói (Zoonit), explicou que existem processos tramitando na Justiça e que o zoológico ainda tem esperanças de se reerguer e recuperar os animais. “Na semana passada, a prefeitura de Niterói criou uma comissão para reestruturar o parque e torná-lo apto a abrigar os animais e, paralelamente, na Justiça, estamos tentando reaver nossos animais”, disse. A ideia, segundo o advogado, é que a prefeitura de Niterói copatrocine essa reestruturação e a manutenção do parque.
Em nota, o Ibama explicou que há 22 anos o Zoológico de Niterói descumpre normas mínimas exigidas para funcionamento de um jardim zoológico. Segundo o instituto, os animais eram mantidos em espaços com tamanho, conservação e higiene inadequados e que a instituição também não tem controle dos bichos sob sua responsabilidade, recebendo, destinando e soltando animais silvestres sem autorização. O órgão também acusa a fundação de descumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em 21 de Janeiro de 2004, como tentativa de regularização da instituição.
No início do mês, O Ibama autuou o zoológico pelo desvio de 490 espécies. Na época, a presidenta da Zoonit, Giselda Candiotto, disse ter entrado com processo contra o Ibama. Ela explicou que os animais de cativeiro apreendidos pela polícia e entregues ao zoológico haviam sido confiados a criadores com registro no Ibama e os de vida livre, soltos na natureza. Caso condenada, a Zoonit poderá pagar multa de mais de R$ 1 milhão. Desde o início do ano, foram retirados mais de 500 animais do parque.