A região metropolitana de São Paulo tem aproximadamente 45% de sua população adulta originária de outros estados ou países, proporção só superada pelo Distrito Federal, onde 75% dos habitantes não nasceram na capital federal. Essa constatação é do estudo Perfil dos Migrantes em São Paulo, divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ao analisar a inserção social dos migrantes nacionais e estrangeiros residentes na região.
A partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pesquisadores avaliaram questões como a origem, a ocupação, a renda e a escolaridade dessa população. O estudo traz ainda dados sobre os núcleos familiares e o acesso dos migrantes às tecnologias da informação e comunicação (TIC). A Pnad 2009 considera dez regiões metropolitanas que concentram mais de 30% da população brasileira. Na maior delas, São Paulo, residem 10% dos brasileiros.
Para analisar a inserção social dos migrantes que afluíram para os grandes centros urbanos, os pesquisadores do Ipea optaram por concentrar a análise na população de 30 a 60 anos, pois, “nessa idade, a vida profissional das pessoas tende a estar mais definida”. E foi considerando o local de nascimento dessa faixa etária da população – se dentro de determinado estado ou fora dele – que ficou evidenciado serem as regiões metropolitanas do Distrito Federal e de São Paulo os pólos com maiores contingentes de migrantes.
O estudo indica que o caso do Distrito Federal é peculiar em dois sentidos: em primeiro lugar, é uma cidade nova, criada há cerca de 50 anos para ser a sede do governo federal. Por esse motivo, houve forte incentivo migratório. Em segundo lugar, o contingente de migrantes no Distrito Federal está superestimado em relação aos das outras regiões metropolitanas porque trata-se de uma cidade-estado: quem não nasceu na cidade, também não nasceu no estado.
Nas demais regiões metropolitanas, diversamente, os migrantes intraestaduais – ou seja, aqueles que nasceram fora da região metropolitana, mas dentro do estado, não foram considerados como migrantes, devido às limitações dos dados da Pnad. Por isso, São Paulo emerge como a região metropolitana que atrai com maior intensidade pessoas de todas as regiões brasileiras, além de estrangeiros.