O Estudo Global de Homicídios 2011, realizado e divulgado pelo escritório das Organizações das Nações Unidas sobre drogas e crimes, coloca o Brasil como um dos países mais violentos do mundo. De acordo com o relatório, em 2009, foram mortas 43.909 pessoas. Entretanto as mazelas sociais e o crime organizado são apontados como as grandes causas para o número. “A desigualdade socioeconômica do País provoca atrito entre as pessoas, levando a insatisfação e a consequente violência. Soma-se a isso, a ação de quadrilhas, principalmente as de narcotraficantes”, avalia Bo Mathiasen, representante do UNODC para o Brasil e o Cone Sul.
O estado de Alagoas é prova disso. Sendo um dos mais pobres da Federação, Alagoas ostenta a maior taxa de homicídios do país, superior a 60 por 100 mil habitantes (equivalente aos estados mais violentos do México). Na opinião de Bene Barbosa, presidente do Movimento Viva Brasil e especialista em segurança, é impossível estabelecer uma relação científica entre o número de armas de fogo e homicídios. “Trata-se de um ciclo vicioso: quem quer matar, busca uma arma, ainda que ilegalmente. Seja no contrabando ou no mercado negro”, diz Barbosa. Para Salésio Nuhs, vice-presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, “além do desarmamento e de criar políticas públicas que promovam o bem-estar social, para que todos tenham acesso à saúde, educação, emprego e alimentação é preciso criar maneiras para que o cidadão de bem – que não quer devolver sua arma – consiga legalizar sua situação. Caso contrário, de acordo com Nuhs, estaremos levando uma pessoa de bem, preocupada com a sua segurança, para a ilegalidade, porque não consegue regularizar a sua situação”, afirma Salésio Nuhs.
“O próprio relatório afirma que arma registrada em nome de pessoas de bem não alimentam a criminalidade, pelo contrário”, diz Nuhs. Na avaliação dos especialistas, a pesquisa mostra que as armas de fogo em poder do crime organizado precisam ser apreendidas.
“Desde 1997, o Brasil adotou sérias restrições à venda de armas. A venda legal caiu em 90%, nos últimos 10 anos, e nesse mesmo período o Brasil se tornou um dos países mais violentos do mundo”, complementa Barbosa.
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