A Polícia Civil do Rio de Janeiro desmontou hoje (27) uma quadrilha que praticava crime de agiotagem na capital, região metropolitana e Baixada Fluminense. Na Operação Shylock, foram presas 11 pessoas, entre elas dois policiais militares.
Mais de 100 policiais civis e seis agentes da Corregedoria Unificada participaram da ação, cujo objetivo era cumprir 18 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão. A operação foi resultado de oito meses de investigações e se concentrou em casas e escritórios dos acusados. Também foram apreendidos carros de luxo, joias, R$ 11 mil e dois cofres.
O delegado da 19ª Delegacia de Polícia (Tijuca), Nilton Fabiano, responsável pela operação, disse que as investigações começaram a partir de uma interceptação telefônica em um dos escritórios onde eram feitos os empréstimos. A quadrilha, segundo ele, conseguia clientes com a distribuição de panfletos nas ruas. O delegado considerou impressionante o volume de dinheiro que o grupo operava.
“O que surpreendeu foi a movimentação financeira, porque você tem na agiotagem, em regra, empréstimos de pequenas quantias. Nós não imaginávamos que chegaríamos à casa dos milhões, obtidos por essa quadrilha”, disse.
De acordo com o delegado, o grupo movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês e estava ampliando o negócio ilegal em estados do Nordeste. Ele adiantou que a polícia vai pedir à Justiça o congelamento dos bens dos acusados.
Segundo a chefe da Polícia Civil, Marta Rocha, a repressão contra a agiotagem começou no início do ano, com várias operações no centro da capital fluminense e em Niterói, na região metropolitana, e, agora, terá maior atenção.
“A questão [do enfrentamento] da agiotagem está no rol das metas estabelecidas pela chefia da Polícia Civil. Se a gente considerar os bairros da cidade do Rio de Janeiro, os municípios da Baixada Fluminense e da região metropolitana, com certeza haverá outras operações.”