A Polícia Federal iniciou nesta tarde (3) uma acareação entre três operários que trabalhavam na obra do 9° andar do Edifício Liberdade, que caiu no dia 25 de janeiro com outros dois prédios na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio, e deixou 22 mortos. O inquérito foi iniciado pela Polícia Civil, mas como o Theatro Municipal foi afetado pelo desabamento, a  PF assumiu o caso, por se tratar de um bem tombado pela União.

O delegado federal responsável pelo inquérito, Fábio Scliar, da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e ao Patrimônio Histórico, vai tentar esclarecer divergências identificadas entre os depoimentos que foram dados pelos operários sobre o andamento das obras e, ainda, se foram derrubadas colunas do prédio ou não. Uma funcionária da empresa onde estava sendo feita a obra, cuja identidade não foi divulgada, também será ouvida hoje.

De acordo com o representante da Associação de Vítimas da Avenida 13 de Maio, Octávio Blatter, mesmo que fique comprovada a modificação na estrutura do prédio, outras omissões apontam para um número grande de responsáveis pelo desabamento. “O síndico e o administrador do prédio deveriam ter acompanhado mais de perto essa obra”, afirmou.

Ainda conforme o dirigente da associação, várias reformas com características semelhantes a do nono andar foram realizadas no Edifício Liberdade sem a fiscalização da prefeitura. “Somos cidadãos urbanos e temos direito a trabalhar e morar em lugares seguros. Na estrutura do Estado, a responsável por isso é a prefeitura”.

Blatter informou que amanhã representantes do governo estadual devem se reunir com funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para definir as condições de financiamento para os empresários que perderam tudo com o desabamento.