Servidores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em greve desde segunda-feira (25) e representantes da estatal se reúnem amanhã (29) para mais uma rodada de negociações. A empresa informou que 22% dos trabalhadores aderiram à paralisação, já o sindicato da categoria estima que o número de grevistas supere os 75%.
Os servidores pretendem manter a ocupação da sede da estatal em Brasília, inciada na tarde de ontem (27) até que uma decisão judicial determine a saída. “Vamos ficar aqui até quando for possível”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Vicente Almeida.
A categoria pressiona para que a empresa defina o Acordo Coletivo de Trabalho 2012-2013. Segundo o Sinpaf, das 87 cláusulas, 31 foram definidas. As negociações para a conclusão do documento começaram em fevereiro.
Os trabalhadores querem que o acordo não exclua direitos já conquistados. Segundo o presidente do Sinpaf, Vicente Almeida, a estatal pretende reduzir benefícios como o auxílio-creche. “Não vamos aceitar a retirada de conquistas trabalhistas, só no ano passado 40% dos servidores tiraram licença médica, agora a empresa quer retirar cláusulas de saúde do trabalhador.”
O principal impasse entre o sindicato e a empresa está na reestruturação salarial. A Embrapa oferece reajuste de 5,1%, equivalentes ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período de maio de 2011 a abril de 2012. A diretora de Administração de Finanças da Embrapa, Vânia Castilioni, informou à Agência Brasil que a empresa vem recuperando os salários dos servidores, mas não tem como garantir o percentual reivindicado pela categoria – aumento de 5% mais o valor do IPCA de 12 meses.
“Nós [a Embrapa] podemos oferecer aumento de 5,1%, além de mantermos 100% das cláusulas sociais. Isso claro, observando o que é justo para a empresa e para os servidores”, disse.