O deputado federal Romário (PSB-RJ) deve começar ainda esta semana a recolher assinaturas na Câmara para abertura de uma CPI para investigar a CBF. Esta é segunda vez em menos de dois anos que parlamentares tomam a iniciativa. A gota d’água foi a mudança no estatuto para antecipar as eleições da CBF para antes da Copa-2014. Assim, o processo político não seria contaminado pelos rumos da Seleção no Mundial ou a própria organização do evento.
– Conto com o apoio da população e dos políticos de bem desse Brasil para que esta CPI siga adiante, porque da última vez teve deputado retirando a assinatura em troca de camisa e calção da Seleção e sabe Deus mais o quê – escreveu Romário em sua página do Facebook.
No ano passado, o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) também tentou abrir a CPI, mas fracassou após a debandada de deputados da base governista. Há quem acredite que desta vez, porém, o caminho da investigação não será o arquivo.
– Qualquer instrumento que venha para esclarecer dúvidas sobre a organização do esporte tem sim que ser investigado e apoiado pelo Congresso – afirmou ao LNET! o deputado federal José Rocha (PR-BA).
Romário, porém, quer estender as investigações ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mas não deixou claro os motivos.
Mesmo antes da possibilidade de antecipação da eleição na CBF vir à tona, Romário vinha se movimentando para reunir indícios para o pedido de instalação da CPI. Tanto que contratou uma consultoria jurídica para ajudá-lo neste levantamento e provê-lo de fundamentos legais. A organização da Copa-2014, comandada pelo COL, pode ser incluída nas investigações se a CPI ganhar apoio suficiente.
Diretor jurídico não irá à Comissão
O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, não irá à Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados para esclarecer o patrocínio da Tam à entidade. O convite foi feito por Romário na última quarta. O diretor financeiro da CBF, Osório Ribeiro, também convidado ainda não respondeu. A reunião é nesta terça.
– Quando a pessoa é convidada ela pode se recusar a comparecer. Mas se houver necessidade podemos fazer um projeto de convocação, que tem que ser assinado pelo presidente da Câmara. Assim, há a obrigação de comparecimento – explicou o deputado federal José Rocha (PR-BA), presidente da Comissão de Turismo e Desporto.
O convite é para que seja esclarecida a denúncia feita em outubro pelo jornal Folha de S. Paulo de que o dinheiro do patrocínio da Tam à CBF estava sendo depositado nas contas de empresas do Grupo Águia, do empresário Wagner Abrahão, amigo de Ricardo Teixeira. A Tam rompeu o contrato após as denúncias virem a público. O patrocínio era de cerca de R$ 7 milhões.