A chuva que começou pouco depois das 19h desta terça-feira (5) em vários pontos da Região Metropolitana do Rio deixou, pelo menos, quatro pessoas mortas e um jovem desaparecido até as 6h30 desta quarta (6), conforme mostrou o Bom Dia Rio.
O rapaz foi levado pela correnteza de um valão que transbordou em Cordovil, no Subúrbio do Rio e, de acordo com o coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil, as buscas foram retomadas na manhã desta quarta.
Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, um homem morreu atingido por um muro. Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, uma árvore caiu em cima de um vigia, que também morreu. Uma mulher grávida, de 32 anos, morreu eletrocutada na Rua do Catete, também na Zona Sul. Próximo dali, no Largo do Machado uma outra mulher também morreu após sofrer uma descarga elétrica.
Durante o temporal, as ruas ficaram completamente alagadas. Na região da Tijuca, na Zona Norte da cidade, choveu 88 milímetros, o que representa 72,39% do acumulado do mês que tem média de 122,40%. O Aeroporto Santos Dumont chegou a fechar por 40 minutos e a Ponte Rio-Niterói ficou sem luz por mais de uma hora.
Na Avenida Brasil, bolsões de água impediam a passagem dos veículos e uma imensa fila se formou. Carros foram quase cobertos na Praça da Bandeira, na Zona Norte, e passageiros de um ônibus não conseguiam sair.
No estádio do Maracanã, que está em obras, a água não escoou e tomou conta do lugar onde ficava o campo. Do alto era possível ver uma enorme piscina. Em vários pontos da cidade, o trânsito deu um nó.
As três estações do metrô, na Tijuca, que fecharam após os trilhos ficarem submersos devido à forte chuva que atingiu o Rio foram reabertas à 0h30 desta quarta-feira (6).
Durante três horas, as estações Saens Peña, Afonso Pena e São Francisco Xavier tiveram o funcionamento suspenso. Segundo a concessionária, o fechamento foi por questões de segurança em razão da entrada de água nas estações.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que toda a cidade retornou para o estágio de atenção, às 23h desta terça, após três horas em alerta.
Transtorno na volta para casa
A volta para casa foi complicada. Os ônibus não conseguiram cumprir os horários. Eram quase 23h, e um ponto, na Avenida Ayrton Senna, estava lotado. Nos ônibus que chegaram, quase não cabia mais ninguém. Foi preciso se espremer para poder ir para casa.
Na praça do metrô do Estácio, na Zona Norte, uma árvore centenária caiu. E no Catumbi,na Zona Norte, o muro de uma casa desabou. Ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, vários pontos da Avenida Borges de Medeiros alagaram. No Jardim Botânico, também na Zona Sul, um canal na Rua General Garzon transbordou. A chegada até a Praça Sibélius foi lenta.
A Rua Mário Ribeiro ficou alagada no sentido são Conrado em frente à hípica e, para complicar, o galho de uma árvore caiu e interditou metade da pista. Em São Conrado, a chuva atingiu várias ruas. Quem entrou no primeiro retorno no sentido Barra da Tijuca, não conseguiu seguir em frente.
Para evitar que a água invadisse a sua loja, o comerciante não esperou ajuda e começou a limpar o bueiro. Também faltou luz em vários prédios das avenidas das Américas, Salvador Allende e Embaixador Abelardo Bueno, na Zona Oeste. Na Rua Abraão Jabur, o galho de uma árvore rompeu fiação e deixou a rua sem energia elétrica.
Estragos
Uma palmeira enorme foi arrastada até a entrada de um posto no Maracanã. Na Tijuca, uma grande árvore veio abaixo arrastando os fios da rede elétrica, deixando parte da Rua Mariz e Barros às escuras. Espremidos entre galhos, os carros passavam devagar, em meia pista. Um ônibus não conseguiu atravessar e teve de voltar em marcha-ré.
Perto dali, na Rua Haddock Lobo, mais estragos. Uma grade desabou, ferindo duas pessoas.
A Praça da Bandeira foi um dos pontos mais atingidos pelo temporal da noite de terça. Alguns acessos à região chegaram a ser interditados durante horas.
Motoristas tiveram prejuízo
Pelo menos cinco carros foram destruídos por árvores que caíram na Zona Norte do Rio. A queda de uma grande árvore destruiu três carros na Rua Coronel Correia Lima, na Tijuca. A planta tem mais de 10 metros e impedia a saída dos moradores de um dos prédios da via, por volta de 7h. Na Praça da Bandeira, outra árvore que caiu após o temporal destruiu dois carros que estavam estacionados na rua Vicente Licínio.