Em homenagem ao vocalista do Charlie Brown Jr., Chorão, que faleceu na madrugada de ontem (6), o programa Ensaio exibe a edição gravada com a banda em 2009. Entrevistado por Fernando Faro, o cantor fala de suas experiências não só na música, como também no cinema, e compartilha momentos de sua história. A atração vai ao ar neste domingo (10/3), às 23h, na TV Cultura.
O músico conta como começou a cantar e sobre as influências da prática do skate em seu estilo de vida e em suas composições. Ele se lembra da infância e adolescência na cidade de Santos (SP), e fala da relação com o pai, que morreu em seus braços.
Chorão comenta sobre a produção do filme O Magnata, lançado em 2007, do qual foi roteirista e fez a trilha sonora. Fala também sobre o longa O Cobrador, cujo roteiro escrevia na época.
O cantor relata ainda detalhes sobre o polêmico episódio da briga com o músico Marcelo Camelo. Comenta também sobre a relação com Cássia Eller, para quem compôs a música O dom, a inteligência e a voz.
No programa, a banda interpreta diversas canções, como O Preço, Me encontra, Não deixe o mar te engolir, Tudo mudar, Papo reto e Hoje eu acordei feliz.
DRACENA – A reportagem recebeu na tarde de ontem, informação dando conta que de Chorão possuía familiares na cidade. Em contato com integrantes da família, eles preferiram não se identificar, porém lamentaram o ocorrido.
MORTE – O delegado Itagiba Franco, da Polícia Divisionária do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse que Chorão acreditava que estava sendo perseguido. “Ele chegava em casa quebrando tudo, por isso a bagunça [no apartamento]”, afirmou ele em entrevista à jornalistas na tarde desta quarta-feira (6).
Segundo o delegado, Chorão estava morto desde, pelo menos, o meio-dia de terça-feira, mas o corpo do vocalista do Charlie Brown Jr. foi encontrado somente na madrugada desta quarta em seu apartamento, em São Paulo. Itagiba contou que, na última semana, Chorão se hospedou em quatro hotéis diferentes da capital paulista. Na última hospedagem, ele se desentendeu com funcionários do local.
As circunstâncias da morte ainda estão sob investigação do DHPP e o exame toxicológico, que vai apontar evidências de cocaína ou outras substâncias no corpo de Chorão, será divulgado em duas semanas. Itagiba revelou ainda que foram encontrados, na casa, frascos do ansiolítico Lexotan e uma pasta de dentes usada para adormecer a gengiva – Chorão costumava morder a boca quando estava ansioso.
Para o delegado, a hipótese de suicídio deve ser descartada. “Chorão tinha planos, não tinha esse perfil. Ele ia fazer uma viagem de negócios aos Estados Unidos”, contou o delegado. Ele acredita que o caso foi uma fatalidade e relacionar com overdose de drogas, neste momento, também seria “leviano”.
A equipe de socorro encontrou o corpo do músico de bruços no chão da cozinha, com as mãos machucadas e já sem vida, sozinho em casa. O apartamento, que fica no oitavo andar de um prédio no bairro de Pinheiros, estava revirado, sujo e havia bastante vestígio de sangue. “Vamos analisar a fita da câmera de segurança do prédio”, disse o delegado.
A apresentadora Sonia Abrão, prima do cantor, afirmou que ele estava em depressão por causa de problemas pessoais envolvendo divórcio da mulher, a estilista Graziela Gonçalves. O músico, batizado de Alexandre Magno Abrão, completaria 43 anos em 9 de abril. Chorão deixa o filho Alexandre.