A Polícia Civil de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) vai indiciar o padrasto Guilherme Raymo Longo, 28, por homicídio doloso triplamente qualificado e livrar Natália Mingoni Ponte, 29, da responsabilidade pela morte do menino Joaquim Ponte Marques, 3.
Para a polícia, Longo é o principal suspeito pela morte da criança. O corpo de Joaquim foi encontrado no rio Pardo em Barretos (423 km de São Paulo) após cinco dias da comunicação de seu desaparecimento, em 10 de novembro.
Longo, que está preso temporariamente na Delegacia Seccional de Barretos, chegou na manhã desta quinta na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) em Ribeirão. O advogado dele, Antônio Carlos de Oliveira, afirmou que a polícia não tem provas e que irá entrar com pedido de habeas corpus caso seja indiciado.
De acordo com o delegado Paulo Henrique Martins de Castro, a mãe da criança não teve nenhuma participação na morte do filho, apesar de ter sido considerada suspeita no início das investigações.
Ela ficou presa temporariamente por um mês na cadeia pública feminina de Franca (400 km de São Paulo) e saiu após o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) conceder uma liminar em pedido de habeas corpus feito pelo advogado Francisco Ângelo Carbone Sobrinho, que não atua no caso.
MINISTÉRIO PÚBLICO – Entretanto, o Ministério Público acredita que Natália deve responder por omissão. Por este motivo, o promotor Marcus Tulio Alves Nicolino afirmou que deverá determinar ao delegado que ofereça a denúncia caso ela não seja indiciada.
“[Natália] Foi, no mínimo, omissa. Ela sabia que o marido havia voltado a usar drogas e que ele era agressivo. Sabia, portanto, dos riscos”, afirmou.
Em depoimentos na delegacia, Natália confirmou já ter sido agredida por Longo e que acreditava que ele pudesse ser o autor da morte de Joaquim.
Para a polícia e a Promotoria, o garoto foi morto dentro da casa em que morava com a família, no bairro Jardim Independência, em Ribeirão.
A tese é a de que Longo aplicou uma alta dosagem de insulina na criança, que era diabética, o que teria causado a sua morte na madrugada do dia 5 de novembro. Em seguida, o padrasto teria jogado o corpo do menino no córrego Tanquinho, localizado a 200 metros da casa.
Natália afirmou à polícia que estava dormindo. Já Longo disse que teria saído para comprar drogas e retornou cerca de 40 minutos depois sem ter encontrado o que buscava. Segundo ele, Joaquim estava dormindo quando saiu e voltou para casa.
Ainda de acordo com o padrasto, ele deixou a porta da casa aberta para evitar que Natália acordasse, mas trancou o portão. Longo defende que alguém entrou na casa, sequestrou Joaquim e depois o matou.