Alguns chilenos estão ‘morando’ na praia de Copacabana há 12 dias (Foto: Matheus Rodrigues/ G1)
Um grupo de chilenos que está no Rio para acompanhar a Copa do Mundo de 2014 completou 12 dias na cidade gastando, em média, menos de R$ 10 por dia. No meio de torcedores de inúmeras nacionalidades que passam pela orla de Copacabana, Zona Sul, eles chamam atenção por estarem acampados nas areias do local. Grande parte do grupo levou semanas para chegar a cidade de ônibus e pretende ficar até o fim do mundial.
Alvaro Gallegos, de 26 anos, veio com 12 conhecidos para o Brasil. Ele chegou na cidade há nove dias e pretende ficar aqui até o fim da participação chilena no torneio. Os torcedores que vieram com ele acompanharam a equipe do Chile em outras cidades, mas ele teve que permanecer por não ter condições financeiras de ir para outras cidades-sedes. Ele gasta cerca de R$ 8 por dia para se alimentar, dorme nos quiosques à noite e toma banho nos chuveiros de água doce.
“Eu costumo comer aqui pela praia ou em Copacabana mesmo. Desde que eu cheguei como salgados três vezes por dia. Eles são saborosos e baratos, pago R$ 2,50 em cada um. Tudo o que eu faço é aqui na areia, tomo banho, me alimento e dá até para jogar bola”, disse.
Furto noturno
Os torcedores se conhecem durante o dia e nem todos vieram juntos para o país. Raul Quezada, de 38 anos, teve seu celular roubado no primeiro dia em que chegou ao Rio. Segundo ele, sua carteira com todos seus documentos também foi levada, durante a noite, enquanto ele dormia na praia.
“Estou sem documentos e celular, mas isso não vai estragar a minha viagem. Estou aqui há 12 dias, durmo na praia, conheço pessoas novas e estou gostando muito da cidade. Para voltar para o Chile, terei que passar no consulado para resolver minha situação”, comentou Raul.
Algumas pessoas do grupo conseguiram ajuda de cariocas que conheceram durante a Copa. Cristobal Vielma, de 21 anos, ficou hospedado por duas noites na casa de um amigo e desde o dia 17 de junho está dormindo na praia. Para ganhar dinheiro, ele gastou suas economias comprando cerveja em um depósito de bebida e revende para turistas na orla.
“Consegui esse isopor e comprei cerveja com o dinheiro que eu trouxe. Vendo por R$ 5 a lata e consigo lucrar. A cidade é muito bela e a gente tem que aproveitar. Com o dinheiro que eu ganhei consigo comer, beber e me divertir. Talvez eu durma em algum albergue antes de voltar para o Chile”, disse Cristobal.